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Congresso dos EUA aprova divulgação dos arquivos do caso Epstein

O Congresso americano aprovou nesta terça-feira, 18, o projeto de lei que prevê a liberação de todos os arquivos relacionados ao caso Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de adolescentes que cometeu suicídio na prisão em 2019. O placar final foi de 427 a 1, com cinco membros ausentes, na Câmara dos Representantes. O deputado republicano Clay Higgins, da Louisiana, foi o único a votar contra. Já o Senado aprovou o envio da matéria diretamente para a mesa de Donald Trump, sem que seja necessária uma votação, assim que o texto chegar à Casa.

Às vésperas da votação, Trump deu um giro de 180° e instruiu os deputados republicanos no Congresso a votarem a favor da lei. Foi uma reviravolta repentina para quem passou meses evitando o assunto como quem espera que apenas desapareça, em meio a evidências cada vez mais expressivas da amizade entre Trump e Epstein. Um lote de documentos divulgado na semana passada incluía trocas de e-mails nas quais Epstein citava o líder americano — entre eles, uma conversa em que o bilionário diz que Trump passou “horas” com uma das vítimas.

“Os republicanos da Câmara devem votar pela divulgação dos arquivos de Epstein porque não temos nada a esconder. E é tempo de ultrapassarmos esta farsa democrata perpetrada por lunáticos da esquerda radical para desviar a atenção do grande sucesso do Partido Republicano”, escreveu Trump na Truth Social, rede social da qual é dono.

“O Comitê de Supervisão da Câmara pode ter tudo o que lhe é legalmente permitido, NÃO ME IMPORTA! Tudo o que me importa é que os republicanos VOLTEM A CONCENTRAR-SE NO FOCO, que é a economia, a ‘acessibilidade’”, acrescentou no post.

Na segunda-feira, 17, o líder americano voltou a tocar no assunto durante pronunciamento no Salão Oval. Ele disse que não queria que o escândalo sexual de Epstein “desviasse a atenção” das conquistas do seu governo e afirmou, como de praxe, que os e-mails que indicam que Trump sabia dos abusos são uma “farsa”  — na semana passada, o mandatário da Casa Branca tentou desviar das críticas sobre a sua relação com o financista ao bradar que “Epstein era democrata, e ele é um problema dos democratas, não dos republicanos!”.

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“Vamos dar tudo a eles”, continuou ele aos repórteres. “Deixem o Senado analisar, deixem qualquer um analisar, mas não falem muito sobre isso, porque, sinceramente, não quero que nos tirem isso.”

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Trump e Epstein

A relação entre os dois é antiga: eles faziam parte de círculos sociais de elite de Nova York e da Flórida. Em 2002, Trump disse à revista New York que o financista era “fantástico” e “muito divertido de se estar por perto”. Ele também contou que a dupla se conhecia há 15 anos, acrescentando: “Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem”.

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Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza (notadamente, o príncipe Andrew) e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008. As acusações que o levaram à prisão em 2019 ocorreram mais de uma década após um acordo judicial que o protegia. Ele foi encontrado morto por enforcamento pouco mais de um mês após parar atrás das grades.

Como promessa de campanha, Trump disse que liberaria os documentos relacionados ao caso se retornasse à Casa Branca. Em janeiro, quando o republicano publicou arquivos sobre a investigação, um clima de insatisfação tomou conta: as informações divulgadas já eram conhecidas. Pressionado, o presidente dos EUA virou alvo de uma teoria da conspiração dentro da sua base política, a Make America Great Again (MAGA), de que está em uma lista secreta de pessoas que se beneficiavam do esquema de Epstein.

Em setembro, os democratas da Câmara divulgaram uma suposta carta de Trump a Epstein. O documento já havia sido publicado pelo jornal americano The Wall Street Journal em julho, mas o republicano negou a veracidade. Tratava-se de um desenho de uma mulher nua com mensagens insinuantes, parte de um álbum de aniversário organizado para o financista em 2003.

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