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Conceição Evaristo: ‘o corpo negro é sempre suspeito’

Figura carimbada na últimas edições da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), a escritora Conceição Evaristo marcou presença mais uma vez no evento, nesta sexta-feira, 1. Ao participar de um debate na casa Caixa de Histórias. Conceição conversou sobre as tristes marcas que o racismo faz perpetuar em sua trajetória. “A escrita é o lugar onde nós, mulheres negras, temos mais liberdade de colocar nosso corpo. Numa sociedade que nos olha de cima e baixo, ou porque é gorda, ou porque é velha, ou porque é negra, e o nosso corpo é um corpo sempre suspeito. Você chega em um supermercado ou em uma loja grande, as pessoas sempre te olham pensando que você vai fazer alguma coisa. É interessante que esse corpo, que é ameaça, é também invisível. Você chega em determinado lugar, até que as pessoas percebam que está ali… Então, a escrita acaba sendo um lugar de libertação e de afirmação desse corpo. O corpo da minha mãe desenhando o sol no chão, é um ensaio poético, um movimento que ela estava escrevendo com o corpo, e todas nós, meninas, testemunhando e vivendo essa escrita também”, disse.

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