Muitos amigos me perguntam qual a melhor maneira de começar a usar ferramentas de inteligência artificial. Em geral, são pessoas que sentem curiosidade a respeito da tecnologia mas ficam com receio de recorrer a ela para tarefas do trabalho.
Se é o seu caso, vale para você o conselho que dou para eles: faça um teste organizando sua próxima viagem. Primeiro porque vai permitir perder o receio de a IA complicar qualquer atividade da sua vida profissional, depois porque essa tática permite observar os modelos em ação – o que ajuda muito, vai por mim.
Eu usei ao organizar uma viagem que fiz para a Itália em junho deste ano, e posso dizer que ela me poupou MUITO tempo. Agora, repito aquele conselho de sempre: tem que verificar SEMPRE o que ela fornece de resposta, porque ainda podem ocorrer erros.
1) Escolha do destino
O que usar: chatbots (ChatGPT, Gemini, Claude)
Comece conversando, como faria com um amigo viajado. Diga quanto tempo você tem, quanto pode gastar, se prefere praia ou cidade, se vai sozinho ou em família.
Exemplo prático: alguém com sete dias em julho, saindo do Brasil, orçamento médio e medo de frio vai receber sugestões bem diferentes de quem quer neve e museu.
Cuidados: trate as sugestões como ponto de partida. IA ajuda a abrir opções, não decide por você.
2) Datas e melhor época
O que usar: chatbots + buscadores tradicionais
Pergunte quando é alta ou baixa temporada, períodos de chuva, eventos grandes. A IA resume rápido o que levaria meia hora de leitura.
Cuidados: datas mudam. Confirme feriados locais e eventos grandes em sites oficiais de turismo ou prefeituras.
3) Passagens aéreas
O que usar: comparadores clássicos como Google Flights, Skyscanner e Kayak continuam sendo o padrão. Eles usam algoritmos próprios para comparar preços, rotas e datas flexíveis. Aqui, a IA entra como copiloto: você pede ao chatbot para interpretar os resultados e sugerir estratégias.
Exemplo real: “vale mais trocar escala por preço?” ou “é melhor sair terça ou quarta?”
Cuidados: IA não compra passagem por você. Sempre finalize no site da companhia ou agência confiável.
4) Hospedagem
O que usar: chatbots + plataformas de reserva
Use a IA para definir bairros, entender deslocamento e filtrar hotéis. Depois, vá para Booking, Airbnb ou similares.
Exemplo prático: o chatbot explica por que um bairro é bom para quem anda a pé e outro para quem aluga carro.
Cuidados: preços e disponibilidade mudam rápido. A palavra final é sempre da plataforma em que você fizer a reserva.
5) Roteiro diário
O que usar: chatbots
Aqui a IA brilha. Peça um roteiro dia a dia, com pausas realistas, tempo de deslocamento e alternativas para chuva.
Exemplo: “dia leve após voo longo” ou “roteiro para quem viaja com criança”.
Cuidados: confirme horários de museus, restaurantes e atrações em sites oficiais. IA costuma errar horários e dias de fechamento.
6) Documentos, vistos e regras
O que usar: chatbots apenas como triagem
A IA ajuda a listar o que verificar: passaporte, validade mínima, visto, vacinas, seguro-viagem.
Cuidados:
– Nunca confie só na IA para visto e documentação. Repito: NUNCA
– Sempre confirme dados em fontes oficiais: embaixadas, consulados, companhias aéreas.
– Horários, exigências e regras mudam sem aviso.
7) Orçamento e controle de gastos
O que usar: chatbots + planilhas
Peça uma estimativa de gastos por dia e um resumo geral. A IA ajuda a não esquecer custos invisíveis: transporte local, taxas, ingressos.
Cuidados: use valores médios como referência, não como promessa.
8) Checklist final
O que usar: chatbots
Antes de viajar, peça um checklist personalizado: documentos, adaptador, remédios, roupas conforme o clima.
Exemplo prático: quem viaja no inverno europeu recebe alertas diferentes de quem vai ao Nordeste brasileiro.