Em entrevista ao programa Ponto de Vista desta segunda, 8, o cientista político Elias Tavares avaliou as primeiras reações à indicação do senador Flávio Bolsonaro como pré-candidato do bolsonarismo à Presidência em 2026. A análise ocorreu após a divulgação de um trecho da entrevista do senador à TV Record, no qual ele descreve a conversa que teve com o governador paulista Tarcísio de Freitas (este texto é um resumo do vídeo acima).
O que disse Flávio Bolsonaro sobre Tarcísio?
No vídeo exibido por Marcela Rahal, Flávio afirma ter procurado Tarcísio logo após conversar com o pai, Jair Bolsonaro, sobre sua indicação. Segundo ele, a recepção do governador foi “muito boa”, com um diálogo “franco e sincero”. O senador classificou Tarcísio como “o principal cara do nosso time hoje” e afirmou ter convicção de que a direita ampliará a vantagem sobre a esquerda em São Paulo em 2026.
Tarcísio evita confronto com a família Bolsonaro
Ao comentar a fala, Elias Tavares destacou que o governador vive um momento politicamente confortável. Após recuar da possibilidade de disputar a Presidência ao perceber resistências dentro do bolsonarismo — especialmente de Eduardo Bolsonaro —, Tarcísio reafirmou que buscará a reeleição em São Paulo.
Para o analista, não é hora de o governador medir forças com a família:
“Ele é o jogador mais em evidência, mas está parado. Tem a possibilidade de uma reeleição tranquila no estado mais importante do país e não faz sentido comprar briga agora”, afirmou.
O peso de São Paulo e o apetite por 2026
Tavares lembrou que o governo paulista é um dos cargos mais cobiçados do país, tanto pela força econômica do estado quanto por seu histórico eleitoral. Desde a redemocratização, nenhum governador do PT foi eleito em São Paulo, que tradicionalmente vota em candidatos de centro-direita.
Esse cenário torna o Palácio dos Bandeirantes um ativo valioso na montagem de alianças nacionais. Não por acaso, o cientista político observa que, se Tarcísio realmente permanecer na disputa estadual, abre-se espaço para múltiplas pré-candidaturas — inclusive a possível volta de Geraldo Alckmin ao cenário paulista como opção de palanque para Lula.
O papel do eleitorado paulista
Tavares lembrou que o estado foi decisivo em eleições recentes. Em 2014, por exemplo, Aécio Neves abriu quase 10 milhões de votos sobre Dilma Rousseff em São Paulo, o que sustentou o equilíbrio nacional daquele pleito.
“É um tabuleiro estratégico. Por isso, qualquer movimento envolvendo Tarcísio altera toda a dinâmica da disputa”, afirmou.
Com a direita dividida e o governador adotando postura cautelosa, o analista enxerga o momento como de reposicionamento — e não de definições. “Hoje, Tarcísio é o nome em maior evidência no campo da direita, mas observa o jogo sem se mover”, resumiu.
VEJA+IA: Este texto resume um trecho do programa audiovisual Ponto de Vista (confira o vídeo acima). Conteúdo produzido com auxílio de inteligência artificial e supervisão humana.
