Os governadores que já se colocam como presidenciáveis pelo campo da direita nas eleições de 2026 adotaram postura semelhante ao comentar o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump ao Brasil, na última quarta-feira, 9. A estratégia de boa parte dos mandatários, aliados em maior ou menor grau do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem sido creditar a taxação a um fracasso do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Principal postulante para a corrida, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que a ofensiva americana é resultado da gestão petista ter colocado “ideologia acima da economia”. “Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema”, disse Tarcísio.
Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de…
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) July 10, 2025
Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral, também fez críticas incisivas à diplomacia do governo Lula e, ainda, à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). “As empresas e os trabalhadores brasileiros vão pagar, mais uma vez, a conta do Lula, da Janja e do STF. Ignorar a boa diplomacia, promover perseguições, censura e ainda fazer provocações baratas vai custar caro para Minas e para o Brasil”, publicou.
As empresas e os trabalhadores brasileiros vão pagar, mais uma vez, a conta do Lula, da Janja e do STF.
Ignorar a boa diplomacia, promover perseguições, censura e ainda fazer provocações baratas vai custar caro para Minas e para o Brasil.
— Romeu Zema (@RomeuZema) July 10, 2025
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), seguiu na mesma toada: comparou a atuação de Lula ao governo de Hugo Chávez na Venezuela e disse que as represálias são consequências da “afronta gratuita” ao governo americano. Caiado também criticou a resposta do governo brasileiro, que foi firme em dizer que não aceitará extrapolações da soberania nacional, e defendeu a criação de uma comissão de parlamentares para “abrir diálogo” com os Estados Unidos.
“Lula e sua entourage tentam vender a tese da invasão da soberania do Brasil. Mas Lula não representa o sentimento patriótico do nosso povo, e muito menos tem credenciais para defender a soberania brasileira (…) O que nos cabe fazer diante da gravidade do momento seria a criação de uma Comissão de Parlamentares, da Câmara e do Senado, com a missão de abrir diálogo com o governo americano. E esclarecer ao povo dos Estados Unidos que não confundam declarações do Lula com o pensamento do povo brasileiro”, disse o governador de Goiás, um dos maiores produtores e exportadores de grãos do país.
O presidente Lula não está fazendo nada fora do script. Pelo contrário, segue à risca o que Hugo Chávez fez na Venezuela, ao afrontar gratuitamente o governo americano.
Lá, ao sofrer represálias como as aplicadas agora ao governo brasileiro, Chávez ressuscitou Bolívar e…
— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) July 10, 2025
Ratinho Jr. (PSD), governador do Paraná, foi o único, dentre os presidenciáveis de direita, que ainda não se posicionou publicamente sobre o tarifaço anunciado por Donald Trump.