O ministro Fernando Haddad (PT) considera que, em relação ao pagamento de precatórios, teve conquistas mais relevantes na prefeitura de São Paulo do que no Ministério da Fazenda. Haddad participou de um seminário do Instituto dos Advogados de São Paulo sobre precatórios, nesta sexta-feira, 24, e afirmou que o convite faria mais sentido se tivesse levado em conta sua atuação na prefeitura.
“Como prefeito acho que fiz mais do que como ministro”, disse. “Acho que fui o único prefeito (na história da cidade) que não só pagava o fluxo, como resgatava o estoque (de precatórios)”. O petista lembrou que hoje a cidade tem grau de investimento e, durante a sua gestão, renegociou sua dívida com a União. Haddad comandou a capital paulista entre 2013 e 2016.
Sobre sua atuação à frente do Ministério da Fazenda, Haddad sugeriu que apenas cumpriu uma obrigação ao levar adiante o pagamento de precatórios pendente desde a gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Repudiamos o calote que foi dado pelo governo anterior, que na nossa opinião só desmerece o país”, disse o ministro, cuja fala foi seguida de aplausos de advogados presentes no evento.
O pagamento de precatórios no primeiro ano do governo do presidente Lula, em 2023, representou uma parte relevante do déficit público naquele período. Foram mais de 92 bilhões de reais empregados para regularizar o estoque de precatórios. O déficit primário de 2023 ficou em cerca de 230 bilhões de reais. “Prefiro ficar com a pecha de ter pagado mais (fazendo um déficit maior) do que com a pecha de caloteiro”, disse Haddad. “Paguei uma dívida do governo anterior que eu tinha que ter pagado”.
