counter Como perder o medo de usar inteligência artificial em 10 passos – Forsething

Como perder o medo de usar inteligência artificial em 10 passos

Vejo cada vez mais gente no LinkedIN questionar a frase “você não vai perder o emprego para uma IA, mas para alguém que sabe usar a IA”. Entendo totalmente, porque é bem verdade que várias carreiras serão exterminadas pela algoritmização do mundo — nem sei se essa palavra existe formalmente, mas na prática ela acontece nas nossas vidas já há alguns anos, então decidi usar aqui.

Acontece que duas coisas podem ser verdade. E, sim, existe mesmo o risco de você perder oportunidades profissionais para alguém que saiba usar IAs como ferramentas de eficiência, então decidi listar aqui alguns passos práticos que podem servir como o empurrãozinho de que você precisava.

Confesso que eu mesmo, como jornalista, relutei um tanto em abraçar IA generativa na minha rotina. Não delego a ela a redação final dos meus textos, mas peço que proponha um esqueleto para eles — os músculos e demais elementos são meus. Também servem para transcrever e editar entrevistas, dentre outras tarefas que fazem meu dia render MUITO mais.

Pode ser bacana para você também, então torço para que as dicas a seguir sejam úteis.

1. Entenda do que exatamente você tem medo
O novo sempre vem, já dizia a música. E é normal que isso assuste. Mas a causa, para você, é a falta de entrosamento com a tecnologia? Encare para engrenar, como fez quando surgiram as redes sociais, hoje plenamente integradas à vida de (quase) todo mundo. Receio de ser julgado por colegas de trabalho? Talvez eles usem também, e você nem imagine. E, mais importante: ninguém tem que se intrometer nas suas escolhas. Conflitos éticos? A IA só vai fazer as tarefas que você solicitar, e isso é totalmente fácil de encaixar na sua rotina e no que você julga correto delegar.

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2. Redefina a IA como uma ferramenta
Você por acaso deixaria de usar o Word para escrever numa máquina datilográfica? Imagino que não. É a mesma lógica para a IA. Identifique qual a coisa mais chata da sua rotina de trabalho — no meu caso, como jornalista, sempre foi transcrição de entrevistas — e tente delegar. A rapidez e praticidade vão servir como estímulo para tentar automatizar outras atividades.

Alvaro Leme/Midjourney
O mesmo comando, no Midjourney, trouxe resultado parecido: outra versão do ectoplasma artificialAlvaro Leme/Midjourney/Reprodução

3. Pense em um copiloto bom de obedecer ordens
O estágio atual das IAs faz com que elas funcionem muito bem sob o comando de profissionais mais maduros. Em outras palavras: tem que saber mandar DIREITO. Isso quer dizer fornecer prompts (os comandos que a gente dá a elas) bem elaborados. Quanto mais preciso for seu pedido, melhor o resultado. Então, em vez de “faça uma pesquisa sobre o Campeonato Brasileiro”, estenda-se um pouco e solicite que a IA “liste em tópicos a história, estatísticas interessantes, times mais relevantes, curiosidades e polêmicas sobre o Campeonato Brasileiro, para uma apresentação que farei numa agência de criação de conteúdo esportivo”.

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4. Mergulhe no assunto
Toda tecnologia nova tende a criar nas pessoas a sensação de que ficaram para trás. Ou seja, você não está só quando acha que “já era”, “não vai conseguir acompanhar”. Mas consegue, sim. Um recurso precioso é se informar sobre o tema, assinando newsletters, ouvindo podcasts e lendo reportagens em veículos de qualidade. Crie a sua própria imersão e aproveite uma característica preciosa de viver no século XXI: a possibilidade de customizar experiências. De fazer do SEU jeito.

Alvaro Leme/ Midjourney
Outra assombração do Midjourney: aqui, a ideia era um fantasma saindo do laptop, e até que ficou bonito, não?Alvaro Leme/ Midjourney/Reprodução

5. Pratique o máximo possível
Tem vários modelos de IA que permitem testes gratuitos, e isso vale tanto para as de geração de texto quanto para as demais — quer criar fotos e vídeos? Se joga! É a máxima de qualquer outra inovação que apareceu no seu caminho até hoje: quanto mais usar, mais eficiente você vai ficar. A primeira imagem pode ficar horrível, mas aos poucos você vai sacar o melhor modo de solicitar as coisas para chegar perto do resultado que tem em mente.

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6. Tente ensinar a outras pessoas
Claro, não contra a vontade delas (risos). Sempre que conto para meus amigos sobre novas ferramentas, sinto que eu mesmo consigo entender algo novo sobre elas. Elaborar as explicações para os outros ajuda você a processar aquilo também.

7. Faça um “test drive” não relacionado ao trabalho
Abra uma ferramenta como Gemini, ChatGPT ou Copilot e dê a ela uma tarefa simples e útil. Tente estes comandos:
● “Me dê 5 ideias de presente para um amigo que adora cozinhar.”
● “Crie um roteiro de 3 dias para uma viagem a Paraty.”
● “Liste as séries mais populares entre fãs de aventura”

Não me abandone, leitor! Essa versão ficou de filme de terror, eu sei. Mas decidi postar aqui para REFORÇAR o conteúdo na sua memória
Não me abandone, leitor! Essa versão ficou de filme de terror, eu sei. Mas decidi postar aqui para REFORÇAR o conteúdo na sua memóriaAlvaro Leme/Chat GPT Images/Reprodução
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8. Considere fazer cursos de curta duração
Diversas escolas oferecem cursos degustação, com aulas curtas que podem ajudar você a decidir se quer se aprofundar mais. Pode até pedir para uma IA ajudar você a pesquisar opções que façam sentido para seu perfil.

9. Encare a IA como uma habilidade a ser desenvolvida
Pode ser que exista um hype exagerado em torno do tema hoje, e saberemos disso apenas com o passar do tempo. Mas é fato que as facilidades proporcionadas pelos algoritmos não sairão das nossas vidas, então melhor fazer deles seus aliados. Encare o desafio de saber usá-los como uma habilidade. Do mesmo jeito que saber falar outros idiomas, proficiência em ferramentas de IA pode ser um diferencial.

10. Revise, questione e aprimore
Falei que a IA pode lembrar um estagiário, certo? E, assim como um iniciante, ela pode cometer erros graves. Então, pense sempre que VOCÊ está no comando. Nenhuma IA, por mais avançada que seja, é infalível. Elas podem “alucinar” (inventar informações), reproduzir vieses e entregar resultados que parecem certos, mas não são. Encare todo resultado da IA como um primeiro rascunho esperando pela sua inteligência e o seu repertório.

Sempre digo que ou a gente se atualiza com o mundo ou o mundo se atualiza sem a gente. Eu sei, parece frase tosca de coach, e talvez seja mesmo. Mas ela contém um princípio que tento praticar profissionalmente: o de me manter atento para as novidades que não devo ignorar. E a IA, sem dúvida, é uma dessas coisas. Talvez a maior que apareceu em nosso tempo de vida.

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