Localizada 90 metros abaixo de uma montanha e protegida por defesas aéreas produzidas pela Rússia, a usina de Fordow é considerada essencial para o programa nuclear iraniano. Ainda assim, foi “completamente destruída” pelo ataque de bombardeiros dos Estados Unidos, neste sábado, 21, nas palavras do presidente norte-americano, Donald Trump.
Para causar esse estrago, foram usadas bombas chamadas de “destruidoras de bunkers” — tão pesadas que não poderiam ser transportadas por qualquer aeronave militar. Apenas o bombardeiro B-2, usado no ataque dos Estados Unidos ao Irã, consegue carregá-la.
Capaz de escapar de defesas aéreas, a aeronave pode levar duas dessas bombas em seus compartimentos internos, com aerodinâmica que permite voos velozes e furtivos. Construído justamente para que sua rastreabilidade seja dificultada, o B-2 Spirit tem revestimentos especiais e design sigiloso, além da capacidade de percorrer cerca de 6.000 milhas náuticas sem reabastecimento, segundo a Força Aérea norte-americana.
Projetada para atacar instalações profundas com estrutura e túneis reforçados, como na usina iraniana, a bomba usada para o ataque, cujo nome é GBU-57 Massive Ordnance Penetrator, ou MOP, é guiada por um GPS militar e mede cerca de 6 metros de comprimento e 80 centímetros de diâmetro. Seu peso é de mais de 13 toneladas, com 2.400 quilos de material explosivo.
Em razão de seu revestimento com uma liga especial de aço, a bomba pode penetrar até 60 metros solo adentro antes de explodir, mantendo sua integridade até o alvo.
Detalhes do ataque

A operação ultraconfidencial, batizada de Midnight Hammer teve como objetivo danificar a infraestrura iraniana. Sete bombardeiros deixaram os Estados Unidos e cruzaram o oceano Atlântico em um voo de 18 horas, em que foram reabastecidos diversas vezes por aviões de suporte aéreo. A comunicação entre eles e a base foi mínima. Um submarino também foi utilizado na ofensiva, lançando 12 mísseis Tomahawks contra alvos iranianos em Isfahan.
“Esse tipo de operação é justamente o que as forças americanas fazem melhor do que quaquer outra no mundo”, destacou o General Dan Caine, chefe das forças do Estado-Maior, em sua fala inicial, em que fez questão de destacar a capacidade militar dos Estados Unidos.
Às 2h10 da manhã, 12 bombas do tipo “destruídoras de bunkers”, os únicos armamentos do mundo capazes de penetrar no solo, foram disparados sobre duas das instalações, em Fordow e Natanz. Não há, por ora, qualquer avaliação quanto à extensão dos danos, nem se o Irã perdeu totalmente a capacidade de se tornar uma potência nuclear.
“Temos centenas de ativos que ainda podem ser lançados e espero que nossas forças destacadas sigam em nossas mentes”, disse Caine.