counter Como Milton Nascimento e Augusto se tornaram pai e filho – Forsething

Como Milton Nascimento e Augusto se tornaram pai e filho

Filho de um dos maiores nomes da música brasileira, Augusto, 31 anos, não carrega apenas o sobrenome de Milton Nascimento, 82, mas também a responsabilidade de zelar por um legado artístico construído em décadas. A formação dessa relação começou na pré-adolescência do empresário, quando teve o primeiro contato com o pai. Os dois se conheceram em Juiz de Fora (MG), local escolhido por Bituca para descansar entre as turnês. Aos poucos, foram se identificando e construindo a relação paterna, até que em 2017 o filho foi adotado. “A gente começou a ter um ao outro, tudo baseado no respeito, no carinho e na admiração”, refletiu Augusto, em conversa com a coluna GENTE

O empresário, que hoje trabalha com outros artistas, como Samuel Rosa, contou à coluna sobre o encontro dos dois quando o cantor passava por uma depressão, explicou como chegou à gestão da carreira de Milton, falou sobre a estratégia por trás da nova fase de influenciador do músico e comemorou a vitória do prêmio Grande Otelo pelo documentário Milton Bituca Nascimento.

Certa vez você disse que um salvou a vida do outro. Como você acha que teria sido a sua trajetória sem ele? E a dele sem você? O meu pai me mostrou os caminhos, fez eu me entender enquanto ser humano, me abriu muitas portas e me proporcionou ter a profissão que amo exercer. Por mais que ele seja um artista renomado, quando o bicho pega todo mundo some. As relações são, muitas vezes, vazias. A gente se uniu em um momento de fragilidade e, quando está junto de uma pessoa em um momento difícil, você atravessa junto com ela. Hoje, quando vou viajar para fazer um show com alguém, ele tem certeza de que vou voltar e cuidar dele, resolvendo exames médicos, por exemplo. Ele sempre estará amparado.

O que te levou a assumir a carreira do seu pai? Sempre teve muita gente o passando para trás e isso fez com que ele tivesse uma péssima gestão patrimonial, o que levou à depressão. Eu tomei a rédea disso, pois tudo era bagunçado. O meu pai sempre fez tudo para todo mundo, mas ninguém fez nada por ele.

Depois de assumir a gestão, você chegou a interferir no contato com o Milton? As pessoas têm o costume de falar que ninguém consegue falar com ele depois que cheguei. Só que não entendem que, hoje, meu pai está mais velho, não tem a mesma disposição que tinha antes, quando a casa vivia com 500 pessoas. Hoje quem visita são os amigos que ele quer. Ele tem um celular, liga para todo mundo quando quer. Meu pai quase morreu em 2015 e, quando se recuperou, não sei se queria continuar nutrindo algumas relações. Não tenho como escolher com quem ele fala. Na verdade, as pessoas estão subestimando a inteligência e sanidade dele quando falam isso.

Continua após a publicidade

Hoje em dia ele está mais ativo nas redes sociais. Isso foi uma estratégia sua? Sim, mas não como empresário. Meu pai tem um carinho sincero e genuíno com os fãs. É quase como um ente querido. Como já administro a vida profissional dele, fica mais fácil publicar os conteúdos. E já que estamos sempre juntos, acabo ajudando a produzir os vídeos. O alcance dele nas redes sociais é orgânico, eu só o coloco como uma pessoa real. Como ele tem um magnetismo forte, não fico com muito trabalho. Só estou ali para que as pessoas consigam acompanhá-lo.

Como foi receber o prêmio Grande Otelo com o documentário ‘Milton Bituca Nascimento’? Eu fiz esse documentário como um presente em homenagem ao meu pai, e ele amou. Saber que ele ganhou é o grande prêmio. Mas ganhar o Grande Otelo, tão relevante, é maravilhoso, ainda mais sendo pelo voto popular. Uma categoria disputada porque todos os projetos do ano do audiovisual estão lá, inclusive o [filme] Ainda Estou Aqui. Foi muito gratificante entender o amor do público. 

Publicidade

About admin