O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na Primeira Turma do STF nem terminou, mas a base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tem uma estratégia desenhada para tentar usar a provável condenação para contaminar a tramitação do PL da Anistia.
Segundo apurou o Radar, a base governista pretende explorar o fato de o projeto que visa anistiar os participantes das invasões aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 ter sido apresentado ao Legislativo pelo Major Vitor Hugo, que foi líder do governo Bolsonaro na Câmara, em novembro de 2022.
Com isso, querem associar a proposição a todos os episódios da trama golpista julgada pelo STF.
A tese será defender que o PL da Anistia foi protocolado para criar uma proteção futura para aqueles que se aventurassem na ofensiva golpista.
Caso essa leitura emplaque, eles entendem que é possível dificultar as chances de avanço da medida.
A expectativa por um 4 a 1 pela condenação de Jair Bolsonaro também alimenta a esperança dos governistas de que o presidente da Câmara, Hugo Motta, terá que jogar limpo com os opositores e dizer que ficou com a linha de ação restrita no que diz respeito a anistia.
A avaliação é que o paraibano poderá argumentar que, com a decisão da Corte, fica praticamente inviável apostar em um texto da amplitude que os bolsonaristas desejam.