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Comissão da Câmara critica Itamaraty por condenar ataque dos EUA ao Irã

A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados (Credn) publicou uma nota, criticando a posição do Ministério das Relações Exteriores de condenar a entrada dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã, no Oriente Médio. O grupo é presidido atualmente pelo deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR), para quem “a destruição do programa nuclear iraniano [por meio do bombardeio americano] era desejada por boa parte do mundo”.

“O mundo todo sabe que Israel está fazendo o serviço sujo, desejado pelos europeus e árabes, ao destruir as capacidades do Irã de desenvolver uma arma de destruição em massa. Os EUA chamaram Teerã para o diálogo e perceberam a má-fé do regime. O ataque de sábado, foi um ato corajoso e necessário”, defendeu o parlamentar.

O posicionamento foi emitido nesta segunda, 23, após o Itamaraty emitir uma nota, no domingo, 22, contrária à escalada do conflito no Oriente Médio após a entrada dos EUA. No texto, o governo brasileiro diz ver com grave preocupação as movimentações bélicas que ocorrem na região.

“O Brasil atual tem sido muito diligente quando é para condenar Israel e os EUA, mas extremamente omisso quando o assunto é reconhecer como terroristas organizações financiadas pelo Irã, além do próprio regime que defende publicamente a destruição do Estado de Israel”, disse Barros. Ele ainda disse considerar lamentável “esta postura, que rompe com uma tradição de elevada neutralidade, quando a nossa política externa ainda não havia sido capturada por um partido e por uma ideologia”. Filipe Barros afirmou também que, na próxima reunião deliberativa da Credn, pautará uma “Moção de Apoio e Solidariedade com Israel e o seu direito de existir”.

Leia a nota do Itamaraty na íntegra:

O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional. Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala.

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O Governo brasileiro reitera sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio.

O Brasil também repudia ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas, os quais têm provocado crescente número de vítimas e danos a infraestrutura civis, incluindo instalações hospitalares, as quais são especialmente protegidas pelo direito internacional humanitário.

Ao reiterar sua exortação ao exercício de máxima contenção por todas as partes envolvidas no conflito, o Brasil ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz. As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear.

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