Convertida em pedra angular do país na luta contra o crime organizado, a PEC da Segurança Pública estava enterrada no cemitério de boas ideias do Congresso até o início desta semana. Não seria discutida e muito menos votada porque o texto atual tinha forte oposição de diferentes governadores.
A proposta, no entanto, caiu como uma luva aos parlamentares governistas quando a operação policial no Rio de Janeiro capturou todos os holofotes no país. O combate ao crime organizado é uma demanda da sociedade que a política finge tentar atender.
A votação da PEC dá discurso a Lula e ao Parlamento, assim como a CPI anunciada por Davi Alcolumbre no mesmo dia, oferece ao Senado um palco para falar de combate ao crime organizado. No caso da comissão, como mostra o Radar, a investigação estava engavetada por causa do medo dos senadores de investigarem as facções.
Nesta semana, no entanto, os discursos foram todos de avanço acelerado contra o crime. O velho e conhecido “agora vai!”
Com a chegada de novembro, no entanto, é provável que todas as ações anunciadas com múltiplas promessas acabem esquecidas com a chegada das festas e das luzes de Natal.
Líder da oposição na Câmara, Zucco diz que o bolsonarismo será contra a proposta:
“Essa PEC não combate o crime, combate a liberdade dos estados. O governo quer controlar as polícias, não proteger o cidadão”, diz o deputado.