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Com visto americano, neozelandesa e filho de 6 anos são presos pela imigração dos EUA

Uma mulher neozelandesa e seu filho de 6 anos estão presos há três semanas em um centro de detenção para imigrantes no Texas, Estados Unidos, após serem detidos por agentes do ICE, a polícia de imigração americana, ao atravessarem a fronteira com o Canadá. Sarah Shaw, de 33 anos, tem visto, mora no estado de Washington há cerca de três anos e trabalha no Centro Infantil Echo Glen, na cidade de Snoqualmie, segundo informações do jornal britânico The Guardian.

No dia 24 de julho, ela levou seus dois filhos mais velhos até o aeroporto de Vancouver, onde pegariam um voo até a Nova Zelândia para passar as férias com os avós. Ao retornar para o território americano, Shaw e seu filho mais novo foram interceptados pelo ICE. “Eles não explicaram nada a ela”, disse Victoria Besancon, amiga da família, ao Guardian. “Apenas a levaram, junto com o filho, e imediatamente os colocaram em uma van branca sem identificação.”

Eles foram encaminhados até o centro de processamento de imigração de Dilley, no sul do Texas, localizado há quilômetros de distância de seu lar em Washington. De acordo com Besancon, Shaw e a criança são os únicos a falarem inglês no local, e ficaram trancafiados em uma cela coletiva por 12 horas consecutivas.

“Tem sido absolutamente devastador e é meio bárbaro”, lamentou em entrevista ao jornal britânico Victoria, que agora tenta levantar fundos para entrar com uma ação judicial em favor da amiga.

Residente nos Estados Unidos detentora do visto chamado de “combo card“, que combina uma permissão de trabalho com um a autorização I-360, que concede status de imigração a sobreviventes de violência doméstica, Shaw não havia percebido que um dos componentes da documentação ainda estava pendente de aprovação.

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Embora o visto de trabalho tenha sido aprovado, o I-360 não teve validação completa, sendo essa a justificativa para as ações do ICE. No entanto, Victoria apontou que os agentes poderiam ter pedido liberdade condicional humanitária, não sendo necessária a detenção de Shaw. Ela também indicou que o filho da amiga estava com o visto regular e, portanto, sua prisão era ilegal.

“É de partir o coração ver pessoas que, como Sarah, não apenas estão em situação legal, mas que também contribuem para a sociedade americana”, disse a amiga ao Guardian.

Shaw também foi defendida pela Federação de Funcionários do Estado de Washington (WFSE, na sigla em inglês). “O trauma que isso já causou a ela e ao filho pode nunca ser curado”, disse o presidente do sindicato, Mike Yestramski.

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A situação vem sendo acompanhada por autoridades da Nova Zelândia. Segundo o Guardian, o Ministério das Relações Exteriores neozelandês disse estar em contato com a mulher, mas não pode comentar sobre o caso por questões de privacidade.

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Cruzada contra imigração

Desde a posse do presidente Donald Trump, o número de detenções e deportações envolvendo estrangeiros na fronteira dos EUA aumentou bastante. Pelo menos seis estrangeiros foram presos mesmo tendo vistos de trabalho válidos.

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O ICE intensificou agressivamente as operações desde que ele voltou à Casa Branca em janeiro, estabelecendo uma meta de 3 mil detenções diárias para chegar a 1 milhão por ano e, recentemente, recebeu US$ 75 bilhões (quase R$ 410 bilhões, na cotação atual) em financiamento extra para, entre outros projetos, contratar mais 10 mil agentes até 2029.

Embora a agência diga que o foco são imigrantes ilegais com histórico criminal, qualquer um nas proximidades cai na rede – gente sem documento, com status legal de residência e até mesmo com cidadania americana.

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