A poucos dias do prazo final para oferecer um parecer sobre os parlamentares que ocuparam o plenário da Câmara por quase dois dias e atrapalharam a retomada dos trabalhos após o recesso parlamentar, o corregedor Diego Coronel está praticamente decidido a poupar os “baderneiros” de punições mais duras.
A decisão dos deputados de votar e aprovar a urgência do PL da Anistia nesta semana contribui para esse desfecho de impunidade aos participantes do motim, segundo avaliação de interlocutores do parlamentar do PSD.
Correligionários ainda tentam convencê-lo a punir uma parcela dos representados por temerem que uma blindagem integral possa repercutir mal na opinião pública.
O martelo deve ser batido nos próximos dias, quando os prazos para que ele envie pareceres para a Mesa Diretora da Casa começam a expirar.
Em agosto, bolsonaristas ocuparam o plenário, inviabilizando os trabalhos da Casa, em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro.
Uma enxurrada de pedidos de suspensão cautelar do mandato de vários deles chegou à direção da Casa, que poderia ter optado pelo rito sumário e encaminhado as punições diretamente ao Conselho de Ética.
A Mesa escolheu o ritmo mais lento e enviou para a Corregedoria, que sinalizou que não usaria todo o prazo para devolver os pareceres do que a direção deveria fazer com cada caso.
Várias polêmicas ocorreram desde então, o julgamento de Bolsonaro concentrou as atenções no STF e o corregedor está prestes a usar os 45 dias para analisar os pedidos, diferente do que havia se comprometido.
Apesar de já estar acordado que será transformado em um texto para revisar a dosimetria das penas dos crimes cometidos pelos invasores dos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, o PL da anistia e o avanço de sua tramitação sustentam a disposição de Coronel de poupar todos os colegas que protagonizaram o motim.