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Com racha por vaga ao Senado, Carlos Bolsonaro vai a evento do PL em SC

Cotado para disputar uma vaga ao Senado por Santa Catarina, Carlos Bolsonaro (PL) desembarca na sexta-feira, 4, no estado, para uma série de encontros com lideranças do partido, entre elas o governador Jorginho Mello (PL). A presença de Jair Bolsonaro também estava prevista, mas foi cancelada após o ex-presidente passar mal na noite da última terça-feira, 1º — ele ficará de repouso absoluto para tratar da saúde e cancelou todos os compromissos do mês de julho.

Esta é a primeira vez que o filho Zero Dois do ex-presidente visita o seu possível futuro reduto eleitoral desde que Bolsonaro bateu o pé e disse que ele será, sim, candidato a uma das duas vagas reservadas a Santa Catarina na Casa Alta em 2026.

O movimento já incomoda aliados de Bolsonaro, que, como mostra o colunista de VEJA José Casado, repudiam a ideia de que Santa Catarina, tradicional reduto do conservadorismo, seja transformado numa espécie de curral eleitoral do clã Bolsonaro.

Em 2026, o estado vai eleger dois senadores para vagas atualmente ocupadas pelo ex-governador Esperidião Amin (PP) e Ivete da Silveira (MDB). Amin é candidato à reeleição pela coalizão partidária de direita que desde 2018 adotou Bolsonaro como referência eleitoral. As deputadas federais Carolina Di Toni e Júlia Zanatta brigam pela indicação do Partido Liberal à outra vaga.

Ladeado pelos filhos, Bolsonaro deixou claro na manifestação na Avenida Paulista que não abrirá mão de Carlos.  “Quem decidiu a eleição [de 2018] foi esse cara aqui. Esse foi meu marqueteiro, mas tínhamos naquele momento a liberdade de expressão”, declarou o ex-presidente ao lado do filho.

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Carlos seguiu na mesma toada. “Agora, em 2026, o objetivo é claro: ocupar mais espaços. O tempo da ingenuidade passou. Não basta mais só reagir – é preciso construir, planejar, disputar cada espaço, cada narrativa. A reorganização das forças conservadoras é fundamental, mesmo que lenta”, publicou no X (antigo Twitter).

Programação

A programação do clã Bolsonaro em Santa Catarina começaria, inicialmente, em Balneário Camboriú, no litoral do estado, em jantar com empresários e com o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL) — eleito no ano passado, o filho Zero Quatro de Bolsonaro também é cotado para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026. Com a ausência de Bolsonaro, aliados ainda avaliam se a agenda será mantida.

No sábado, 5, será a vez de um grande evento na Arena Opus, em Florianópolis — o encontro será parte do Rota 22 (Leia abaixo) e deve reunir cerca de 5.000 pessoas. Além de Jorginho Mello, também deverão participar os senadores Rogério Marinho (PL-RN), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jaime Bagattoli (PL-RO).

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que não compareceu ao ato do último domingo, 29, na Avenida Paulista, também é esperada. Mais cedo no próprio sábado, Michelle anunciou que estará em um evento do PL Mulher Nacional em Guarulhos, em São Paulo. A assessoria da ex-primeira-dama, no entanto, ainda não confirmou se as agendas estão mantidas dado o quadro de saúde de Bolsonaro.

Rota 22

Lançado em abril, o Rota 22 é uma espécie de caravana do PL que está percorrendo o país com o objetivo de “ouvir a população” e “buscar soluções” para os principais problemas de cada região.

O pontapé inicial foi no Rio Grande do Norte — a visita, inclusive, teve de ser interrompida quando o ex-presidente passou mal e precisou ser levado às pressas a um hospital de Brasília e, depois, submetido a cirurgia. Em junho, os encontros foram retomados em Natal e em outras cidades potiguares e, agora, chegam a Santa Catarina.

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Nos próximos meses, estão previstos eventos do Rota 22 na Paraíba, Ceará, Sergipe, Rondônia e Mato Grosso.

Em entrevista a VEJA o senador Rogério Marinho, secretário-geral do PL e idealizador do projeto, comentou a iniciativa que, segundo ele, é um dos quatro pilares estratégicos da legenda para 2026. As outras frentes incluem a Academia Brasileira de Política Conservadora, espécie de “escola da direita”, a realização de seminários de comunicação, e o Projeto Brasil, protótipo do que deverá ser um plano de governo básico dos candidatos do partido no ano que vem e que pretende conquistar o eleitorado de direita.

“Queremos potencializar nossos acertos e não repetir os nossos erros do passado”, diz Marinho. ” É necessário se revisitar o governo [Bolsonaro] e verificar qual foi a política pública que não conseguiu ter essa conectividade com a sociedade de tal maneira que ela, a sociedade, pudesse avalizar o nosso trabalho, renovando o mandato do presidente Bolsonaro”, diz.

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