Com o plenário ocupado por parlamentares bolsonaristas, o Senado terá a primeira sessão após o recesso nesta quinta-feira sob o modo virtual, nos mesmos moldes da época da pandemia.
A decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, visa garantir a normalidade dos trabalhos, driblando o protesto dos aliados de Jair Bolsonaro, que se mobilizaram na terça-feira em reação à prisão domiciliar do ex-presidente.
Na Câmara, Hugo Motta conseguiu, após muitos esforços e com uma intervenção bem conduzida por Arthur Lira – seu antecessor no posto -, convencer os deputados bolsonaristas a abrirem mão da rebelião que faziam desde o dia anterior.e chcgou a abrir a sessão para fazer um pronunciamento. A ordem do dia, porém, sequer foi aberta e nada foi votado.
Segundo apurou o Radar, Motta decidiu recuar das ameaças feitas para forçar o fim da mobilização – policiais legislativos poderiam ser mais enérgicos para retirar os manifestantes e processos de suspensão do mandato dos deputados que ocupavam a Mesa Diretora seriam abertos – após ser alertado que a iniciativa, se levada adiante, poderia acabar com a governabilidade de sua gestão à frente da Casa.
Também teria sido convencido por interlocutores que colocar em votação a PEC do fim do foro privilegiado na próxima semana seria uma forma de reagir aos excessos cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Em outra frente, parlamentares de centro, como União, PP e PSD, estariam inclinados a apoiar que o PL da Anistia finalmente seja apreciado – é crescente a avaliação de que é preciso superar o tema independente do resultado.
A expectativa de que os assuntos sejam incluídos na pauta do plenário na Câmara na próxima semana foi determinante para que os bolsonaristas desocupassem o plenário.
Deputados da base não reconhecem o acordo sobre as proposições e prometem acionar o Conselho de Ética contra os que ocuparam o plenário entre terça e quarta-feira.
A rebelião pode até ter acabado na Câmara, mas repercutirá de diversas maneiras nas próximas semanas.