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Com inflação resistente, ata do Copom mantém tom duro com Selic alta por mais tempo

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou nesta terça-feira, 24, a ata da reunião realizada na semana passada, quando elevou a taxa Selic para 15% ao ano, marcando a sétima alta consecutiva dos juros no Brasil. O comitê indicou que deve interromper novos aumentos para avaliar os impactos da política monetária já em curso.

Segundo a ata do Copom, o cenário global continua “adverso e particularmente incerto” devido às políticas econômicas e comerciais dos Estados Unidos e tensões geopolíticas, especialmente no Oriente Médio, que afetam as condições financeiras internacionais. O Comitê ressalta que esse ambiente de “maior incerteza global e de movimentos cambiais mais abruptos exige maior cautela na condução da política monetária doméstica”.

No cenário interno, o Copom destacou que observa uma “moderação no crescimento econômico”, ainda que setores como agropecuária e o mercado de trabalho mantenham desempenho robusto. A ata apontou que a inflação segue “acima da meta”, especialmente nos setores de serviços, influenciada por um mercado de trabalho aquecido e expectativas de inflação desancoradas. “Em um ambiente de expectativas desancoradas, como é o caso atual, exige-se uma restrição monetária maior e por mais tempo do que outrora seria apropriado”, afirmou o documento.

Para o comitê, a decisão de elevar os juros novamente foi necessária diante da resiliência da economia e dos riscos inflacionários, mas ressaltou que grande parte dos efeitos da alta ainda será percebida nos próximos trimestres devido às defasagens naturais da política monetária. “Grande parte dos impactos da taxa mais contracionista ainda está por vir”, diz a ata. Por isso, o Copom antecipou “uma interrupção no ciclo de elevação de juros para avaliar os impactos acumulados ainda a serem observados da política monetária”, diz o texto.

Preocupação com a política fiscal brasileira

Na ata, o Comitê reforçou a necessidade de uma política fiscal consistente e harmoniosa com a monetária, alertando que o relaxamento no esforço fiscal pode elevar ainda mais a taxa de juros neutra e dificultar a desinflação. 

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“O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”, diz o texto. A análise do comitê é que a as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas.

Por fim, o Copom afirmou que permanecerá vigilante e pronto para novos ajustes se julgar necessário. “O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, diz o texto.

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