counter Com anti-vacina na Saúde, EUA cortam financiamento de imunizantes de RNA mensageiro – Forsething

Com anti-vacina na Saúde, EUA cortam financiamento de imunizantes de RNA mensageiro

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos anunciou na noite de terça-feira 5 um corte de aproximadamente US$ 500 milhões em repasses e contratos para o desenvolvimento de vacinas de RNA mensageiro (mRNA). A decisão foi amplamente criticada pela comunidade científica, uma vez que, segundo especialistas, se baseia em apontamentos incorretos.

“Os dados mostram que essas vacinas não protegem efetivamente contra infecções respiratórias superiores, como a covid-19 e gripe. Estamos mudando esse financiamento para plataformas de vacinas mais seguras e amplas que permanecem eficazes mesmo quando os vírus sofrem mutações”, disse o secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., conhecido pela postura anti-vacina, ao justificar a interrupção de 22 projetos voltados ao desenvolvimento desse tipo de imunizante.

A escolha foi questionada por muitos cientistas, uma vez que a tecnologia do RNA mensageiro é considerada a melhor opção para proteger seres humanos durante uma pandemia. “Ao emitir este comunicado totalmente incorreto, o secretário está demonstrando seu compromisso com seu objetivo de longa data de semear dúvidas sobre todas as vacinas”, declarou a diretora do Centro de Pandemias da Escola de Saúde Pública da Universidade Brown, Jennifer Nuzzo.

Os imunizantes à base de mRNA foram utilizados pela primeira vez durante a pandemia de covid-19 pelas farmacêuticas Moderna e Pfizer. Seu funcionamento ocorre da seguinte forma: as injeções desencadeiam a produção de um fragmento de vírus pelo corpo humano, o que gera uma resposta imunológica, produzindo anticorpos capazes de lidar com a infecção viral real. E diferente das vacinas tradicionais, cujo processo de desenvolvimento e testagem pode levar anos, essas vacinas são produzidas em meses, podendo ser alterados rapidamente conforme o vírus passa por mutações.

“Esse é um dia péssimo para a ciência”, resumiu o imunologista da Universidade da Pensilvânia Scott Hensley, que trabalha no desenvolvimento de uma vacina contra a gripe.

Continua após a publicidade

Já o especialista em Influenza Rick Bright afirmou que a decisão do governo está minando a capacidade da comunidade científica de combater futuras ameaças biológicas com rapidez. “Estamos enfraquecendo nossas defesas da linha de frente contra patógenos que se movem rapidamente”, disse ele, que já foi chefe da Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado (BARDA, na sigla em inglês), antes de ser destituído durante o primeiro governo Trump.

A medida não é a primeira a afetar o desenvolvimento de imunizantes. Anteriormente, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos havia rescindido um contrato de quase US$ 600 milhões com a farmacêutica Moderna para o desenvolvimento de uma vacina contra a gripe aviária.

Publicidade

About admin