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Cinco medidas que vão impactar na superlotação e na segurança do Louvre

Museu mais visitado no mundo, o Louvre deu evidências de que chegou ao seu limite, de público e segurança, este ano. No último domingo (19), suas instalações foram palco de um dos roubos mais audaciosos da história recente, em uma ação que durou cerca de dez minutos e envolveu ladrões disfarçados de funcionários. O roubo cinematográfico resultou no furto de oito jóias de “inestimáveis valores histórico e patrimonial”. Depois de ter registrado uma visitação de 8,7 milhões de pessoas em 2024 – mais do que o dobro do que a sua capacidade projetada – ficou claro que precisam ser adotadas medidas urgentes para conter o overtourism no local.

Investigação no Louvre: a polícia francesa já descobriu que a ação durou dez minutos e os ladrões estavam disfarçados de funcionários
Investigação no Louvre: a polícia francesa já descobriu que a ação durou dez minutos e os ladrões estavam disfarçados de funcionáriosRemon Haazen/Getty Images

Além de evidentes falhas na segurança, o Museu do Louvre vem sofrendo com excesso de público, desconforto para os visitantes e sobrecarga de trabalho dos funcionários, prejudicando ainda mais as condições já precárias de infraestrutura. A cada dia, 20 000 pessoas, o que representa 80% dos visitantes do local, se acotovelam diante da Mona Lisa, de celulares em punho. Isso depois, claro, de enfrentarem filas gigantescas em torno da emblemática pirâmide de vidro, a entrada principal do Palácio do Louvre.

Kiran Riddley
Alerta: além dos problemas de segurança, o museu vem sofrendo com denúncias de que seu prédio está com áreas em condições precáriasKiran Riddley/Getty Images

A situação-limite fez com que os funcionários do museu cruzassem os braços e mantivessem as portas do local fechadas em 16 de junho passado, pegando milhares de turistas de surpresa. O sindicato da categoria explicou que o protesto foi uma reação a condições de trabalho “insustentáveis”. Os funcionários, denunciou a entidade, enfrentam um verdadeiro “teste de resistência”, agravado pela escassez de áreas de descanso, banheiros insuficientes e falta de estrutura para enfrentar o calor intenso na época do verão.

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Excesso de turistas: o Museu do Louvre recebeu ano passado mais do que o dobro de sua capacidade de público projetada
Excesso de turistas: o Museu do Louvre recebeu ano passado mais do que o dobro de sua capacidade de público projetadaMaja Hitij/Getty Images

No início de 2025, o vazamento de um memorando escrito por Laurence des Cars, diretora do Louvre, à Rachida Dati, ministra da Cultura da França, já havia tornado pública a situação “muito ruim” do lugar. Algumas galerias, dizia o documento, teriam vazamentos de água e estaria em condições precárias, pondo em risco a manutenção das obras de arte. O Louvre possui 70 000 metros quadrados e tem expostos cerca de 38 000 objetos de arte.

Grande reforma: as mudanças no Louvre incluem a criança de uma nova ala para abrigar a Mona Lisa
Grande reforma: as mudanças no Louvre incluem a criança de uma nova ala para abrigar a Mona LisaSteve Christo/Getty Images
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Diante das condições extremas, o governo francês lançou no final de junho um concurso arquitetônico para expandir o museu e aliviar a superlotação. O vencedor do concurso, que parte das autoridades francesas está chamando de uma “Nova Renascença” para o Louvre, vai ser anunciado no início de 2026. A reforma deverá consumir inicialmente 270 milhões de euros, que serão financiados com a arrecadação da bilheteria e patrocínios. Com o roubo do último domingo, que aconteceu na Galerie d’Apollon (Galeria de Apolo) – um salão onde estão guardadas as jóias da coroa francesa e de onde foram levadas oito peças, entre elas um colar de safiras e diamantes que pertenceu à rainha Maria Amélia da França –, fica evidente que a segurança do Museu do Louvre também precisa ser revista.

 

Veja a seguir cinco medidas que prometem melhorar impactar na experiência dos visitantes e aumentar a segurança no museu:

 Limite de público: Com o intuito de reduzir os problemas causados pela superlotação e tornar a experiência de visitação mais agradável, a direção do Louvre fixou o limite de 30 000 visitantes por dia em junho de 2022. Não há qualquer perspectiva de que essa medida seja alterada, pelo menos por enquanto. Antes da pandemia, o público do museu, que funciona na área do antigo palácio real da França, chegava a uma média de 45 000 diariamente.  

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Espaço exclusivo dedicado à Mona Lisa: Junto com uma nova sala para abrigar o quadro mais famoso do mundo, pintado por Leonardo da Vinci no século XVI, está prevista a criação de uma nova galeria dedicada à obra prima. De acordo com os planos do governo francês, o espaço terá cerca de três mil metros quadrados e contemplará áreas dedicadas a explicar a história da pintura, seu famoso roubo em 1911 e sua relevância ao longo da história e nos dias atuais. Pelos novos planos, os visitantes terão que adquirir ingressos específicos para ver a Mona Lisa e seu sorriso enigmático.

Nova entrada para o museu: Com uma rotina de longas filas em torno da icônica pirâmide de vidro e um recorrente desconforto geral, o Louvre conta com um projeto de criação de uma nova entrada na fachada leste do museu, próxima ao Rio Sena. A intenção é diminuir a aglomeração em qualquer horário do dia em torno da pirâmide, uma estrutura de vidro e aço projetada pelo arquiteto I.M. Pei nos anos 1980, durante a última grande reforma do museu.

Reforma de outras áreas do Palácio do Louvre: Planos de melhoria da infraestrutura envelhecida do museu foram anunciados em junho passado, junto com os projetos da área exclusiva para a Mona Lisa e da nova entrada. Funcionários da instituição e membros da sua direção já relataram inúmeros problemas para o funcionamento do Louvre. O espaço, com uma área de mais de 70 000 metros quadrados, sofre com vazamentos de água, variações de temperatura que ameaçam suas obras de arte, falta de banheiros, sinalização deficiente e áreas de alimentação inadequadas.

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Aumento do valor dos ingressos: O Louvre reajustou o preço dos ingressos no início de 2024, e planeja novas alterações para visitantes de fora da União Europeia a partir de janeiro de 2026. O objetivo é financiar a grande reforma prevista para o local. Os valores gerais do ingresso foram reajustados de 17 para 22 euros e, para o ano que vem, os turistas não europeus deverão pagar cerca de 30 euros pela entrada. Recentemente, a reserva antecipada de ingressos nos meses de julho e agosto também se tornou obrigatória, com o intuito de ajudar a controlar o fluxo de turistas no verão europeu.

 

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