Pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da China (USTC), em Pequim, anunciaram avanços importantes no desenvolvimento de soluções energéticas para futuras missões em Marte. A proposta inclui gerar e armazenar energia utilizando recursos locais do planeta, reduzindo a dependência de suprimentos terrestres.
A atmosfera de Marte, composta por mais de 95% de dióxido de carbono (CO₂), foi identificada como um meio eficiente para produção de eletricidade. Segundo os estudos, o composto atua como um conversor de energia, com capacidade de aumentar a eficiência em 20% e a densidade máxima de potência em 14% em comparação com gases como hélio e xenônio.
A abordagem promete reduzir custos e adaptar-se melhor às condições do planeta, viabilizando a construção de uma base de pesquisa sustentável.
Além da geração, os cientistas desenvolveram uma “bateria marciana”, que utiliza componentes da atmosfera como combustível reativo. O sistema armazena energia elétrica, luminosa e térmica, operando de forma similar às baterias de lítio-ar e lítio-CO₂.
Testes em condições simuladas mostraram que a bateria mantém estabilidade mesmo a 0°C, temperatura comum em Marte. A tecnologia pode alimentar rovers, helicópteros e futuras bases, reduzindo a necessidade de transporte de equipamentos da Terra.
Os avanços reforçam a estratégia da China para missões autossustentáveis no planeta vermelho. O país planeja lançar a sonda Tianwen-3 em 2028, com retorno de amostras marcianas previsto para 2031.
As descobertas foram publicadas em revistas científicas especializadas, com testes adicionais em andamento para viabilizar a aplicação prática.
