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Cientistas alertam: Abrolhos tem áreas críticas desprotegidas

Berçário de baleias jubarte e reserva do maior banco de corais do Atlântico Sul, Abrolhos, no sul da Bahia, está dentro de um parque nacional marinho, criado para a proteção da região em 1982. Mesmo assim o arquipélago enfrenta muitos desafios. Em 2022, perdeu a chamada área de amortecimento, faixa no entorno das unidades de conservação, usada para diminuir o impacto da poluição.  Outro fator preocupante é o aquecimento global e a acidificação dos oceanos. Recentemente, um estudo publicado na revista Ocean and Coastal Research, da Universidade de São Paulo (USP), alertou para o fato de quatro habitats marinhos de extrema importância para peixes, recifes e espécies migratórias estão totalmente desprotegidos.

Entre eles esses habitats, os bancos de rodolitos, estruturas esféricas e irregulares, que se acumulam no fundo do mar. Conhecidos como rochas vivas, devido a sua formação e a importância na manutenção da biodiversidade marinha. Essas estruturas conectam recifes costeiros rasos a mesofóticos, formados por esponjas, corais e algas. Abrolhos é refúgio para diversos peixes recifais, como peixes-cirurgião, garoupas e budiões, entre outros. “O arquipélago tem o maior banco de rodolitos conhecido mundialmente”, disse, à Veja, um dos autores do levantamento, Guilherme Fraga Dutra. Apesar disso, 96% das rochas vivas estão fora da área dos limites do parque de Abrolhos. “Essa falta de proteção afeta a vida marinha de todo arquipélago”.

Outro ambiente vulnerável são as buracas, depressões em forma de taça, com profundidades que variam entre 25 e 65 metros. Elas funcionam como reatores naturais de matérias orgânicas. São formações exclusivas do arquipélago e não possuem nenhuma segurança ambiental. Em escala global, 85% das espécies marinhas têm menos de 10% de sua área de distribuição dentro dos limites de proteção ambiental.

O Brasil tem hoje apenas 26% de seu território marinho em áreas protegidas. De acordo com a meta 30×30, inciativa que pretende proteger até 30% do território marinho no final dos próximos cinco anos, mas com representatividade das espécies e efetividade de conservação . “E é nesse sentido que o Brasil precisa avançar”, disse Dutra. “Nosso trabalho vem medir o quanto estamos longe dessa representatividade nacionalmente até mesmo na região de Abrolhos.”

Leia:

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+https://veja.abril.com.br/ciencia/mariana-e-vazamento-de-oleo-duas-tragedias-se-encontram-em-abrolhos/

+https://veja.abril.com.br/agenda-verde/cresce-a-pressao-por-medidas-para-evitar-colisoes-entre-navios-e-baleias/

 

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