Autoridades americanas informaram na noite de terça-feira 16 que abriram uma investigação sobre o homicídio de Nuno Loureiro, físico português e professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). A polícia informou que o cientista foi morto a tiros em sua casa em Brookline, nos arredores de Boston, nos Estados Unidos.
O homem de 47 anos foi baleado na noite de segunda-feira 16. Ele morreu em um hospital local na terça, de acordo com o Ministério Público do Distrito de Norfolk. Em comunicado, o órgão informou que nenhum suspeito havia sido preso até a tarde de terça-feira e que a investigação estava em andamento. De acordo com o jornal local The Boston Globe, uma estudante de 22 anos da Universidade de Boston, que mora perto do apartamento de Loureiro, ouviu três tiros na noite de segunda.
Loureiro, que ingressou no MIT em 2016, foi escolhido no ano passado para dirigir o Centro de Ciência de Plasma e Fusão do MIT, um laboratório importante onde pretendia desenvolver tecnologias de energia limpa, entre outras pesquisas. Quando ele assumiu a liderança, o centro, um dos maiores da universidade, contava com mais de 250 funcionários em sete prédios.
Loureiro, que era casado, cresceu em Viseu, na região central de Portugal, e estudou em Lisboa antes de obter um doutorado em Londres, segundo informações do site do MIT. Ele era pesquisador em um instituto de fusão nuclear em Lisboa antes de ingressar na instituição americana.
“Nuno não era apenas um cientista brilhante, mas uma pessoa brilhante”, afirmou ao MIT News, uma publicação do campus, o professor de engenharia Dennis Whyte, antecessor de Loureiro no Centro de Ciência de Plasma e Fusão. “Ele foi um exemplo brilhante como mentor, amigo, professor, colega e líder, e era universalmente admirado por sua maneira eloquente e compassiva. Sua perda é imensurável para nossa comunidade.”
A presidente do MIT, Sally Kornbluth, afirmou em um comunicado que a morte do físico português foi uma “perda chocante”. O embaixador americano em Portugal, John Arrigo, também expressou suas condolências em uma publicação nas redes sociais.
A investigação do homicídio em Brookline ocorre em paralelo à de Providence, a 80 quilômetros de distância, onde policiais continuam a busca pelo atirador que matou dois estudantes e feriu outros nove na Universidade Brown, no último sábado. O FBI afirmou na terça-feira que não tinha conhecimento de nenhuma ligação entre os crimes.