counter ‘chiclete’ de 6 mil anos traz pistas sobre papéis de gênero no passado – Forsething

‘chiclete’ de 6 mil anos traz pistas sobre papéis de gênero no passado

Um material escuro e pegajoso, mastigado há cerca de 6.000 anos por habitantes da Idade da Pedra, está ajudando cientistas a reconstituir detalhes surpreendentes sobre o cotidiano de nossos antepassados. Esse “chiclete” pré-histórico, feito de casca de árvore, foi encontrado em vilas neolíticas nos Alpes europeus e ainda guardava DNA humano, restos de alimentos e microrganismos da boca de quem a mastigou.

A pesquisa, publicada na revista Proceedings of the Royal Society B, conseguiu identificar não apenas o sexo de quem o mastigou, mas também a que tipo de tarefa o material estava associado, revelando um panorama da divisão social entre homens e mulheres há milênios.

Como o DNA foi preservado?

O alcatrão de bétula, material de que era feito o “chiclete”, era amplamente utilizado por povos neolíticos como cola natural. Ao ser aquecido, ele se tornava maleável e servia para fixar lâminas de pedra, montar ferramentas ou reparar utensílios domésticos. No entanto, antes de ser aplicado, muitas vezes precisava ser amolecido e a forma mais prática de fazer isso era mastigando.

Esse processo deixou marcas inconfundíveis. Em vários fragmentos, os pesquisadores encontraram impressões de dentes e até resíduos microscópicos de saliva. A substância do “chiclete”, com suas propriedades antimicrobianas, impediu a degradação do material orgânico, permitindo que o DNA humano permanecesse intacto por milênios.

O que os cientistas concluíram?

Os resultados revelaram um padrão claro: amostras associadas a ferramentas de caça e pesca continham DNA masculino, enquanto fragmentos usados em reparos de cerâmica traziam DNA feminino. Para os arqueólogos, essa diferença indica que havia divisão de tarefas entre homens e mulheres nas comunidades neolíticas dos Alpes.

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Enquanto os homens provavelmente se ocupavam da produção e manutenção de instrumentos de caça, as mulheres lidavam com atividades domésticas, como o preparo e o armazenamento de alimentos. Essa distinção ajuda a compreender como se organizavam socialmente os grupos humanos no início da agricultura.

Além disso, os fragmentos continham vestígios de plantas como trigo, cevada, linho e papoula. Esses resíduos fornecem pistas sobre a dieta e os recursos disponíveis, sugerindo que essas populações cultivavam e processavam uma variedade de alimentos e fibras vegetais.

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