Tudo indica que as projeções de crescimento econômico do Brasil devem sofrer reduções nas próximas semanas. A leitura da maior parte dos economistas é que o resultado do PIB do segundo trimestre de 2025 mostra claros sinais de desaceleração da economia e revela um viés de baixa para o crescimento do país. Ainda assim, o avanço deve se sustentar acima da casa dos 2% ao final do ano. “O comércio, por sua vez, desacelerou. Em linha com esse quadro, o consumo das famílias perdeu fôlego. Para o ano, o resultado em si sugere revisão marginal, mas os indicadores de alta frequência mais fracos no início do terceiro trimestre introduzem leve viés de baixa para a projeção de PIB, atualmente em 2,2%”, afirmam os economistas do Itaú em relatório enviado a clientes.
Apesar da surpresa com o setor de serviços, o maior da economia do país, a avaliação é que o Brasil já sente o efeito dos juros altos — um remédio amargo para desacelerar a inflação. Dessa forma, a expectativa é por números mais tímidos no segundo semestre. “Ao analisarmos os dados, está ficando cada vez mais claro o impacto da política monetária contracionista em alguns setores que são mais dependentes do crédito, como a indústria de transformação, a construção civil e a formação bruta de capital fixo”, diz Luís Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners.