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Chef Mursal Saiq traz ao Brasil seu churrasco com sotaque afegão

Quem chega ao festival Churrascada, que aconteceu no último sábado, 23, e acontece novamente neste sábado, 30, vê, ao lado da bandeira do Brasil, hasteada na arena reservada para os churrasqueiros, uma bandeira argentina, que simboliza a participação de Francis Mallmann, e uma norte-americana, representando o chef Charlie McKenna. Há uma outra bandeira estrangeira ao lado das outras. Trata-se do símbolo do Afeganistão, ali hasteada para homenagear a chef britânica de origem afegã Mursal Saiq.

Nasceu em Cabul, no Afeganistão, mas sua família foi obrigada a fugir do país na década de 1990, quando o Talibã tomou o poder. Morou em Mumbai, na índia, onde cresceu, e mais tarde passou a viver em Londres, na Inglaterra. Em um mercado de rua, conheceu o também cozinheiro Joshua Moroney, da Guiana, que se tornaria seu sócio no restaurante Cue Point, eleito em 2022 como um dos melhores de Londres pela revista Time Out

Lá, serve o que chama de churrasco britânico-afegão. Por muito tempo, dedicou-se a fazer receitas mais tradicionais de carne na grelha ou usando técnicas do barbecue americano, como a defumação por períodos prolongados. “Até que decidi usar minha herança gastronômica e preparar receitas que minha mãe faria, mas em vez de fazer na panela ou no forno, preparo na churrasqueira”, diz ela. “Então, é uma mistura de técnicas britânicas e americanas com um tempero afegão“.

Tem também a preocupação de criar um ambiente inclusivo para diferentes pessoas. Além da carne, serve pratos vegetarianos e veganos. Clientes com diferentes dietas e restrições podem se sentir acolhidos no espaço. Diz que sua berinjela, feita na grelha, costuma acabar antes da carne quando participa de eventos e festivais gastronômicos. “Outros chefs vem até mim só para provar a berinjela”, conta a chef.

Em sua participação nesta edição de 10 anos do festival Churrascada, Saiq escolheu servir um cordeiro que fica 24 horas em uma marinada feita com especiarias como cominho, coentro, pimenta e cardamomo. Depois, é preparado no smoker por várias horas. É servido acompanhado de um pão do tipo naan indiano, preparado na gordura bovina, curry de berinjela, chutney e iogurte com endro. O resultado é uma carne suculenta, com potência de sabor, um toque apimentado, cítrico e herbal.

Ainda há ingressos para o segundo sábado do festival.

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