Investigadores encontraram novas pistas nesta quinta-feira, 11, em sua busca pelo atirador que assassinou o ativista de extrema direita Charlie Kirk: uma arma que, segundo eles, foi usada no atentado, marcas de um antebraço e de um sapato, e um vídeo registrando os movimentos do suspeito enquanto ele subia em um telhado para realizar o ataque.
Robert Bohls, o agente especial encarregado do escritório do FBI em Salt Lake City, disse em uma entrevista coletiva que a arma recuperada era um “rifle de ferrolho de alta potência” e que havia sido encontrada em uma área arborizada em um bairro próximo ao campus da Universidade Utah Valley, onde Kirk estava discursando para uma grande multidão na tarde de quarta-feira quando foi baleado.
Os investigadores “têm boas imagens de vídeo deste indivíduo”, disse Beau Mason, chefe de segurança pública de Utah. Mas ele acrescentou que as autoridades só divulgarão as imagens se não conseguirem identificá-lo, e indicou que se tratava de um homem.
+ Vídeo mostra suposto assassino em telhado de universidade onde Charlie Kirk foi morto
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, culpou a retórica da “esquerda radical” pelo assassinato de seu ferrenho apoiador, mas os investigadores em Utah não atribuíram nenhum possível motivo à ação. Eles compartilharam novos detalhes os movimentos do suspeito na quarta-feira: a pessoa chegou ao campus pouco antes do meio-dia e usou uma escada para chegar ao telhado de um prédio do campus com vista para o palco onde Kirk faria a palestra, de acordo com Mason. Após abrir fogo — um único tiro atingiu o ativista no pescoço —, a pessoa pulou do telhado e fugiu para um bairro próximo.
Mason acrescentou que a pessoa procurada “se misturou bem” no campus porque parecia “ter idade universitária”.
Kirk foi atingido 20 minutos após iniciar seu discurso. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o podcaster de 31 anos se dirigindo à multidão presente no campus antes de ser alvejado. Imediatamente após o tiro, ele foi visto tentando impedir que uma grande quantidade de sangue jorrasse de seu pescoço. Gritos foram ouvidos enquanto a multidão tentava fugir do local do evento.
Duas pessoas chegaram a ser detidas pela polícia local, mas foram liberadas posteriormente. O caso é investigado pelo FBI e pelo Departamento de Justiça. Pelo menos 1.000 pessoas estavam presentes no evento na Universidade Utah Valley no momento do ataque. O campus foi fechado após o incidente e as aulas foram canceladas até novo aviso.
As circunstâncias do ataque alimentam preocupações de que ele foi parte de uma escalada na violência política nos Estados Unidos, incluindo a morte de uma legisladora estadual de Minnesota em junho, o incêndio na casa do governador da Pensilvânia em abril, e o tiroteio em um comício de campanha de Donald Trump no ano passado.
Tanto democratas quanto republicanos rapidamente condenaram o tiroteio com postagens nas redes sociais e pronunciamentos no Congresso. Em uma publicação, o democrata Gavin Newsom, governador da Califórnia, chamou a violência de “repugnante, vil e repreensível”. Trump ordenou que as bandeiras americanas fossem baixadas a meio mastro até a noite de domingo em homenagem ao aliado.
+ Charlie Kirk pediu a Trump para que aplicasse tarifas ao Brasil por julgamento de Bolsonaro
Charlie Kirk era um dos mais proeminentes ativistas pró-Trump e personalidades da mídia conservadora nos Estados Unidos. Ao longo da última década, ele conquistou milhões de seguidores nas redes e teve papel central na mobilização de eleitores jovens em apoio a Trump, especialmente durante a última campanha presidencial. Embora não fizesse parte do governo, sua influência na Casa Branca era considerável. Desde a eleição de novembro, ele ajudou a avaliar possíveis indicados, testando sua lealdade ao presidente.
Seus eventos em campi universitários costumam atrair grandes multidões e chamar atenção da mídia. Sua aparição nesta quarta em Utah foi a primeira parada da turnê “American Comeback”, ou “retorno americano”, em tradução livre, organizada pela Turning Point USA.