A Casa do Porco, restaurante do chef Jefferson Rueda que ocupa hoje a 15ª posição entre os 50 melhores da América Latina, está completando 10 anos. E vai celebrar a primeira década com uma festa neste domingo, 12. O evento é aberto ao público e ainda há ingressos para quem quiser participar da comemoração.
A festa começa com duas receitas que têm relação direta com a história do restaurante. Dona Carminha, mãe de Jefferson, prepara cuscuz paulista de frango caipira com vinagrete cremoso. Antônio Carlos Ranzani, do Bar do Carlão de São Sebastião da Grama, no interior de São Paulo, oferece seu torresmo com molho de pimenta que inspirou Rueda a criar sua pancetta com goiabada.
Rueda também convidou os amigos com quem criou o movimento “Estados Unidos de la Carne”. O peruano Renzo Garibaldi, o argentino Ariel Argomaniz e o uruguaio Diego Perez Sosa, além do assador Danilo Frontera, preparam matambre arrollado com molho tonne e torrada, empanada de rabada com dobradinha, “choripizza”, espetinhos de língua e coração e parrillada com linguiça cuiabana, morcilla, molejas e bife de chorizo. Mara Salles, do Tordesilhas, prepara marinada de vegetais assados, e Saulo Jennings, da Casa do Saulo, grande divulgador da cozinha paraense, leva pirarucu na brasa com arroz de chicória e feijão de Santarém.

Já as opções da própria Casa do Porco incluem o famoso Porco San Zé, porco caipira de criação própria assado por de seis a oito horas será servido com tartare de banana, feijão tropeiro e farofa de ovo, além de sushi de papada com tucupi negro e umeboshi, porcopoca com especiarias, tartare de porco maturado com tempurá de caruru e linguiça caipira com farofa de cebola e salada da horta. Na sobremesa, o “Leitão” da Sorveteria do Centro (sorvete de leite, caramelo, chocolate e bacon), canudinho de doce de leite, bolo de aniversário, brigadeiro e beijinho.
Não há lugares marcados e os pratos serão oferecidos em serviço volante.
Menu Porco D.O.C.
Além da festa que celebra os 10 anos, a Casa do Porco está com um menu degustação novo, lançado em abril. Trata-se de Porco D.O.C., uma brincadeira com o termo Denominação de Origem Controlada, usado para certificar produtos típicos de determinados locais. Aqui, a sigla significa “Denominação de Origem…Caipira”. Nas etapas oferecidas, o chef parte de ingredientes sazonais e da carne de porcos caipiras de criação própria para reinterpretar pratos brasileiros e globais com seu toque pessoal.
O menu degustação anterior fazia uma homenagem às raízes do chef Rueda. Batizado de “Interior”, oferecia pequenos bocados que remetem à comida da roça, como tartar de porco sobre uma folha de caruru e um mini cuscuz paulista, delicado e equilibrado. Sabores conhecidos por muitos brasileiros, mas servidos de forma contemporânea.
Para muitos, a Casa do Porco é a porta de entrada democrática e acessível para a alta gastronomia, o mundo das estrelas Michelin e dos restaurantes em rankings internacionais. Essa sempre foi uma preocupação do chef, que diz que o estabelecimento se tornou mais popular que ele próprio. “Eu tenho 250 mil seguidores, mas a Casa do Porco tem mais de 600 mil. Tenho meu nome, mas ele não tem o mesmo alcance que o do restaurante”, diz ele. “O taxista traz um cliente à noite, mas na hora do almoço ele para o carro e vem comer. Vem o funcionário do banco e vem o dono do banco. É também uma referência para os brasileiros que chegam aqui, ou que estão pra ir embora, talvez morar em outro país”, completa.