“Eu não sei o que vai acontecer amanhã, mas sei o que vai acontecer daqui a cinquenta anos.” A frase foi proferida por Warren Buffett, segundo relato de um executivo que esteve diante do “mago de Omaha” (nome de sua cidade natal) numa reunião em que ele se apresentou à diretoria de uma empresa que acabara de comprar. Obviamente, o dito não deve ser tomado ao pé da letra, mas a mensagem de Buffett é clara: ao fazer investimentos, é preciso pensar sobretudo no longo prazo. Em tempos de histórias mirabolantes de fortunas feitas da noite para o dia, que seduzem a imaginação de muita gente que sonha em acumular riqueza, parece fora do tempo essa pérola do comandante da Berkshire Hathaway, uma ex-companhia têxtil que ele transformou num conglomerado de 1 trilhão de dólares, com participações sempre bem pensadas em negócios sólidos, distantes das oscilações especulativas.
Num ambiente sempre carregado de incertezas e conturbado como é o da economia brasileira, refletir bem e dar tempo ao tempo pode ser uma chave importante. Esta edição de VEJA NEGÓCIOS, dedicada em boa parte a Onde Investir em 2026, reúne um conjunto de análises sobre o desempenho recente e cenários nas principais frentes de investimento, das bolsas (daqui e de fora) às criptomoedas, passando pelas opções ponderadas de renda fixa e mercado imobiliário.
É um leque extenso de escolhas, com oportunidades e riscos. Mas sempre é bom lembrar que o horizonte vai além, muito além, dos doze meses do calendário gregoriano. E como diz, no artigo da página 50, o professor Ricardo Humberto Rocha, coordenador do Programa Avançado em Finanças do Insper, “o verdadeiro objetivo de planejar não é ter mais, mas viver melhor”.
Publicado em VEJA, dezembro de 2025, edição VEJA Negócios nº 21