A farmacêutica brasileira EMS anunciou nesta quinta-feira, 31, o início das vendas das primeiras canetas contra obesidade e diabetes tipo 2 de produção 100% nacional. Os medicamentos Olire e Lirux estarão disponíveis inicialmente em quatro redes de farmácias e vão custar a partir de R$ 307,26. A opção de tratamento tem como princípio ativo a liraglutida, substância que ficou conhecida mundialmente pelos remédios Saxenda e Victoza, da dinamarquesa Novo Nordisk.
Segundo a EMS, os produtos estão no centro de distribuição para venda nos site e em lojas das regiões Sul e Sudeste das farmácias Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco. Foram distribuídas 100 mil canetas de Olire, indicada para obesidade, e 50 mil de Lirux, para diabetes, nesta fase inicial.
A farmacêutica prevê que 250 mil canetas devem estar disponíveis até o fim deste ano e a produção deve atingir 500 mil unidades até agosto de 2026. A empresa investiu mais de 1 bilhão de reais para entrar no mercado de produção do medicamento na fábrica de peptídeos erguida na cidade de Hortolândia, no interior paulista, cuja inauguração, no ano passado, contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A capacidade inicial da fábrica é de produzir 20 milhões de canetas injetáveis por ano com possibilidade de dobrar a produção. “Estamos consolidando a capacidade do país de desenvolver e fabricar medicamentos de alta complexidade, com tecnologia própria e competitividade global. Este movimento fortalece nossa liderança e amplia o acesso a terapias modernas”, afirmou, em comunicado, Carlos Sanchez, presidente da EMS.
A empresa informou que se prepara para lançar a semaglutida, conhecida pelo Ozempic e Wegovy, de produção nacional no próximo ano, quando ocorrerá o fim da patente da substância. De acordo com a companhia, este será um passo para se consolidar em um mercado que movimenta 6 bilhões de reais por ano.
O que é a liraglutida?
A molécula faz parte dos análogos do GLP-1, presente naturalmente no organismo e responsável pelo retardo do esvaziamento do estômago e sensação de saciedade.
Os fármacos da EMS são produzidos com uma tecnologia que faz a síntese química de peptídeos. “Uma técnica avançada em que aminoácidos, pequenos blocos estruturais das proteínas, são ligados um a um, de forma controlada e na ordem exata, até formar a molécula final da liraglutida”, informou, em nota.
“Com a produção nacional, oferecemos alternativas seguras e de alta qualidade para o tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2, desenvolvidas com tecnologia de ponta e em conformidade com os mais altos padrões internacionais”, afirmou Iran Gonçalves Jr., diretor médico da EMS.
Quanto vai custar?
A embalagem com uma caneta de Olire e Lirux vai custar a partir de R$ 307,26. A caixa com duas canetas de Lirux deve custar R$ 507,07 e a embalagem com três canetas de Olire, R$ 760,61.