A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Anita Anand, anunciou nesta quinta-feira, 27, que o país foi notificado da morte de um cidadão canadense sob custódia do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês). Johnny Noviello, de 49 anos, foi encontrado inconsciente em um centro de detenção federal em Miami, na Flórida, em 23 de julho, enquanto aguardava o “processo de remoção” dos EUA, de acordo com o comunicado do ICE.
“Hoje, o Governo do Canadá foi notificado da morte de um cidadão canadense enquanto estava sob custódia nos Estados Unidos. As autoridades consulares canadenses estão buscando urgentemente mais informações junto às autoridades americanas”, escreveu Anand no X, antigo Twitter.
“Apresento minhas sinceras condolências à família. Para respeitar a privacidade da família, mais detalhes não serão fornecidos neste momento”, acrescentou ela.
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Caso Noviello
A agência federal americana, que faz parte do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), informou às autoridades canadenses que “a equipe médica respondeu imediatamente e começou a administrar ressuscitação cardiopulmonar, choque com desfibrilador externo automático e ligou para o 911”, mas que Noviello não resistiu.
Ele entrou nos EUA pela primeira vez em 1988 com um visto legal, tendo conseguido o green card (documento que concede residência permanência) três anos mais tarde. Em 2023, Noviello foi condenado a 12 meses de prisão por narcotráfico, incluindo extorsão e tráfico de drogas no condado de Volusia, também na Flórida. Em razão da condenação, foi detido pelo ICE em 15 de maio para ser deportado.
“O ICE continua comprometida em garantir que todos aqueles sob sua custódia residam em ambientes seguros, protegidos e humanos”, afirmou a agência em comunicado, acrescentando que “em nenhum momento durante a detenção, um estrangeiro ilegal detido terá seu atendimento de emergência negado.”
Daniel Leising, advogado que representou Noviello no caso de extorsão de 2023 pela venda de opioides, disse que a família do canadense alertou que o seu cliente tinha epilepsia e estava tomando medicamentos anticonvulsivantes. Após a prisão pelo ICE, eles trabalharam “arduamente para garantir que ele recebesse seus remédios”. Trata-se da nona pessoa a morrer durante a detenção pelo ICE, sendo a quarta em uma instalação na Flórida.