Ao interpretar Maria de Fátima em nova fase de Vale Tudo, agora como uma mulher milionária, Bella Campos passou por uma marcante transformação no visual. Deixou de lado o cabelão e cortou as madeixas acima dos ombros. Tal como pede o visagismo tão comum nas representações de mulheres ricas e poderosas no audiovisual (abaixo alguns exemplos marcantes). Como tudo vira polêmica em tempos de redes sociais, a atriz foi atacada por quem considerou seu novo corte de cabelo nada condizente com o poder social que a personagem deveria imprimir. Em outras palavras, alegou-se que ela “não tem cara de rica”. A coluna GENTE conversou com o hair stylist Neandro Ferreira, que cuida do visual de várias famosas – e famosos, para entender: afinal, por que se usa cabelo curto para representar mulheres ricas?
“O corte de cabelo curto significa uma mulher poderosa, é status ter um bom corte de cabelo bem desenhado, esse ‘corte chanel’ vem dos áureos tempos da Dior. As mulheres poderosas não têm cabelão. Veja, por exemplo, Miranda Priestly em O Diabo Veste Prada… Ou mesmo (a consultora de moda) Costanza Pascolato na vida real. A mulher que passa uma ideia de riqueza e de ser culta precisa ter cabelo curto. Ela não tem cabelo de Maria. Aliás, esse cabelão de Maria é, infelizmente, ideia de mulher submissa numa cultura machista, é a mulher dona de casa. Mulher rica corta o cabelo. E uma consegue identificar onde a outra cortou seu cabelo só pelo corte, é status”, diz Neandro.
Como Bella cortou o cabelo, tal como manda a regra de “etiqueta” das poderosas do cinema e da TV, e ainda assim segue sendo chamada de “cara de pobre” nas redes – aliás, um termo preconceituoso – isso se revela também racista, por se tratar de uma atriz negra. Bella comentou assim nas redes sociais: “Adoram falar que eu continuo com cara de pobre mesmo sendo bilionária na novela. Ser rico pra eles é o quê? Alisar o cabelo? Se comportar como branco?”, desabafou a atriz quanto ao teor das críticas.






