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Buraco negro supermassivo é flagrado vagando pelo espaço pela primeira vez

Astrônomos confirmaram, pela primeira vez, a existência de um buraco negro supermassivo “fugitivo”, que foi lançado para fora de sua galáxia de origem e hoje atravessa o espaço intergaláctico a uma velocidade impressionante. A descoberta foi feita com o auxílio do telescópio espacial James Webb (JWST) e detalhada em um estudo publicado em dezembro em um servidor científico de pré-publicações.

O objeto, batizado de RBH-1, tem pelo menos 10 milhões de vezes a massa do Sol e se desloca a cerca de 954 quilômetros por segundo, rápido o suficiente para percorrer a distância entre São Paulo e Rio de Janeiro em menos de meio segundo. Ele está localizado a aproximadamente 7,5 bilhões de anos-luz da Terra.

Como os cientistas sabem que ele está “em fuga”?

Buracos negros não podem ser observados diretamente, mas deixam rastros claros no ambiente ao seu redor. No caso do RBH-1, os astrônomos identificaram uma onda de choque em forma de arco, semelhante à que se forma à frente de um avião supersônico, além de um longo rastro de gás e formação de estrelas que se estende por cerca de 200 mil anos-luz atrás dele.

Esses sinais já haviam sido detectados em observações anteriores, mas agora o James Webb conseguiu algo inédito: medir com precisão a velocidade do gás ao redor do objeto. As análises mostram um salto abrupto de velocidade, da ordem de 600 km/s em uma distância muito curta, compatível apenas com a passagem de um corpo extremamente massivo em altíssima velocidade.

O que pode ter arremessado um buraco negro para fora da galáxia?

Segundo os pesquisadores, o cenário mais provável envolve uma fusão entre dois buracos negros supermassivos, um evento esperado quando galáxias colidem e se unem. Durante esse processo, a liberação desigual de energia gravitacional pode produzir um “empurrão” violento, conhecido como recuo gravitacional, capaz de lançar o buraco negro recém-formado para fora da galáxia.

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Esse mecanismo havia sido previsto por modelos teóricos há cerca de 50 anos, mas nunca havia sido confirmado de forma tão clara por observações diretas.

Por que essa descoberta importa?

A confirmação do RBH-1 muda a forma como os astrônomos entendem a evolução das galáxias. Até agora, buracos negros supermassivos eram vistos como estruturas quase fixas, ancoradas nos centros galácticos. A descoberta mostra que, em condições extremas, eles podem ser expulsos e vagar sozinhos pelo universo, influenciando o gás e a formação de estrelas por onde passam.

Simulações indicam que outros buracos negros errantes como esse podem existir no espaço intergaláctico, praticamente invisíveis, revelando-se apenas quando interagem com o meio ao redor, como aconteceu agora.

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