A primeira-dama da França, Brigitte Macron, recorreu ao Tribunal de Cassação — instância judicial mais alta do país — para contestar a absolvição de duas mulheres acusadas de difamá-la ao propagar o boato de que ela teria nascido homem e, posteriormente, feito transição de gênero. A informação foi confirmada à agência de notícias AFP nesta segunda-feira, 14, por seu advogado.
O caso remonta a dezembro de 2021, quando um vídeo de quatro horas foi publicado no YouTube. Nele, Amandine Roy, que se apresenta como médium espiritual, entrevista Natacha Rey, autointitulada jornalista independente. As duas alegavam que Brigitte, de 72 anos, na verdade nasceu como Jean-Michel Trogneux (o nome de seu irmão) e se tornou uma mulher trans.
O boato viralizou rapidamente, principalmente entre perfis de extrema direita, dentro e fora da França. O rumor voltou a circular nas redes sociais durante a recente visita oficial do casal Macron ao Reino Unido.
Brigitte e seu irmão chegaram a vencer a ação em primeira instância, em 2023. O tribunal determinou que as acusadas pagassem € 8 mil (cerca de R$ 52 mil) à primeira-dama e € 5 mil (cerca de R$ 32 mil) ao irmão, por danos morais. No entanto, as condenações foram anuladas na última quinta-feira, 10, sob alegação de falta de provas suficientes para sustentar a sentença.
Apesar dos ataques recorrentes, incluindo críticas à diferença de idade de 24 anos entre ela e o presidente Emmanuel Macron, Brigitte nunca comentou publicamente o caso.
Brigitte não é a única figura feminina a ser alvo desse tipo de ataque. Rumores semelhantes já atingiram outras mulheres em posição de destaque, como Michelle Obama, ex-primeira-dama dos Estados Unidos; Jacinda Ardern, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia; e Begoña Gómez, esposa do primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez.