À frente do Abram Alas: A Batalha por Equidade na Indústria Musical, fórum dedicado a promover práticas que aumentem a equidade na indústria musical, que ocorre entre domingo, 14, e segunda-feira, 15, no Theatro Municipal do Rio, Gabriella Di Laccio é referência na ópera lírica. A soprano receberá em 30 de setembro no Castelo de Windsor o título de MBE (Member of the Most Excellent Order of the British Empire), honraria do rei Charles III, pelo seu trabalho como fundadora da Donne – Women in Music, plataforma dedicada à visibilidade de mulheres compositoras. “É uma honra imensa e um marco profundamente emocionante na minha trajetória profissional, com um significado ainda maior para mim como artista brasileira”, diz à coluna GENTE.
Nascida em Canoas (RS), Gabriella se mudou para Londres em 2021, em busca de realizar seu sonho no meio artístico. Antes, foi aprovada na Escola de Música e Belas Artes do Paraná e percorreu o Brasil como solista, até conseguir bolsa integral no Royal College of Music. A chegada em um país estrangeiro foi um choque – principalmente pela sensação de estar fora do padrão europeu. “Havia muito preconceito. Era muito criticada por várias coisas, é preciso trabalhar muito, ter dedicação na carreira, mas ao mesmo tempo é preciso ter confiança para não se tornar outra pessoa apenas para se encaixar nos padrões europeus. Demorei anos para entender que o que fazia de diferente dos outros trazia toda a riqueza brasileira”, conta.
Sua apresentação no dia que receberá o título ao lado da família real britânica, Gabriella garante, será coberta de homenagens à cultura brasileira. “Quero trazer estampas e o molho do Brasil, mostrar todo o orgulho que tenho das minhas origens. O artista brasileiro é muito individual. Ele é muito mais caloroso e isso transparece no jeito que a gente canta”.