O Ministério das Relações Exteriores (MRE) elogiou nesta quinta-feira, 9, o anúncio do acordo de paz entre Israel e Hamas. Ambos os lados aceitaram a primeira fase do plano de 20 pontos do presidente americano, Donald Trump, que prevê a libertação dos reféns e um cessar-fogo imediato. Em comunicado, o Itamaraty reconheceu o “importante papel desempenhado pelos Estados Unidos” e a “atuação dos demais países mediadores: Catar, Egito e Turquia” nas negociações para o fim da guerra em Gaza.
“O acordo, caso venha a ser efetivamente implementado, deverá interromper os ataques israelenses contra Gaza, os quais provocaram mais de 67 mil mortes – com grande número de mulheres e crianças entre as vítimas -, o deslocamento forçado de quase dois milhões de moradores e devastação sem precedentes, com a destruição de grande parte da infraestrutura civil do território”, disse a declaração.
“Deverá, ademais, garantir a libertação de todos os reféns remanescentes, em troca de prisioneiros palestinos, a entrada desimpedida de ajuda humanitária, e a retirada das tropas israelenses até linha acordada entre as partes, além de criar as condições para a imediata reconstrução de Gaza, com apoio da comunidade internacional”, acrescentou.
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Entrada de ajuda e defesa do Estado da Palestina
O governo brasileiro voltou a defender o “acesso pleno, imediato, seguro e desimpedido da assistência humanitária e das equipes das Nações Unidas que atuam no terreno”. Mais de 67 mil palestinos foram mortos — entre eles, 453 por fome, incluindo 150 crianças — e 169.600 ficaram feridos desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, mostram dados do Ministério da Saúde de Gaza.
O Itamaraty também exortou “as partes a cumprirem todos os termos do acordo e a engajarem-se de boa-fé em negociações para assegurar a efetivação da retirada completa das forças israelenses de Gaza, o início do urgente processo de reconstrução da Faixa, sob coordenação e supervisão palestina, e a restauração da unidade político-geográfica da Palestina sob seu legítimo governo, em consonância com o direito inalienável de autodeterminação do povo palestino”.
“O Brasil reafirma a convicção de que uma paz justa, estável e duradoura no Oriente Médio passa pela implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”, concluiu.