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Brasil precisa dobrar investimento em infraestrutura, diz ‘raio-x’ da indústria

O Brasil investiu 2,22% do PIB nacional em infraestrutura em 2024, percentual inferior à própria depreciação anual dos ativos (2,27%), revela o “Raio-X do Setor de Infraestrutura Brasileiro – 2025”, feito pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) e pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

De acordo com o estudo, o país precisaria investir mais de 4% do PIB ao ano por pelo menos duas décadas para alcançar a média global de estoque de infraestrutura, que corresponde a 60% do Produto Interno Bruto. Atualmente, o Brasil tem 35,5% do PIB em estoque de infraestrutura, um dos níveis mais baixos entre economias emergentes. 

Apesar disso, o raio-x da indústria aponta que houve retomada dos investimentos nos últimos três anos, revertendo uma baixa histórica que havia enfraquecido a engenharia nacional. O relatório será lançado no Rio Construção Summit 2025, maior encontro nacional do setor, iniciado na quarta-feira e que vai até a sexta.

Gargalos estruturais

Veja, abaixo, o que o estudo identifica como “entraves históricos que comprometem a competitividade e a qualidade de vida da população”:

  • rodovias: 40% em estado regular e 13% em condição ruim ou péssima, o que gera prejuízos logísticos de 8,8 bilhões de reais por ano;
  • saneamento: 32 milhões de pessoas sem acesso à água potável e mais de 90 milhões sem coleta de esgoto adequada;
  • logística: ferrovias subutilizadas, portos com gargalos e malha metroferroviária insuficiente para atender grandes centros urbanos;
  • telecomunicações: houve expansão da fibra ótica e do 5G, mas persiste a desigualdade de acesso em áreas rurais e periferias.
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Competitividade internacional em queda

O levantamento mostra que o Brasil perdeu espaço no mercado global de serviços de engenharia. Entre 2013 e 2022, houve redução de 60% no faturamento de construtoras brasileiras no exterior, resultando em mais de 4 milhões de empregos eliminados, segundo o raio-x do Sinicon e da Firjan. O principal motivo foi a retração do financiamento à exportação de serviços, especialmente pelo BNDES.

O diretor-executivo do Sinicon, Humberto Rangel, afirmou que o Brasil não crescerá de forma sustentável se continuar investindo menos do que a própria depreciação dos ativos. 

“Cada real aplicado em infraestrutura retorna em produtividade, emprego e inclusão social. Estradas melhores, saneamento, energia limpa e telecomunicações de qualidade não são apenas obras: são políticas de transformação que impactam diretamente a vida das pessoas”, declarou.

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