O governo federal vai usar a COP30, em Belém, para anunciar um novo programa voltado a ampliar a rastreabilidade da produção agropecuária e reduzir a infiltração do crime organizado no setor.
Nesta quarta-feira, 19, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Irajá Lacerda, apresenta o Programa Nacional de Rastreabilidade Voluntária (PNRV), que oferecerá crédito facilitado a produtores que aderirem a uma plataforma tecnológica de monitoramento em tempo real.
A ferramenta permitirá acompanhar a origem e o trajeto de produtos agrícolas, pecuários e insumos, da fazenda ao consumidor. O objetivo é coibir desvios, fraudes, roubos e o uso de insumos falsificados ou contrabandeados.
Outro foco do programa é acelerar a liberação aduaneira. Segundo o ministério, a certificação e a rastreabilidade poderão reduzir esperas que hoje chegam a 50 horas para embarque em portos.
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A fase inicial abrangerá granéis vegetais de Mato Grosso destinados aos portos de Santos e Rio de Janeiro. A meta é que o sistema alcance toda a produção agropecuária brasileira, que somou 292 milhões de toneladas em 2024.
“O PNRV é uma ferramenta estratégica para ampliar a segurança, a eficiência e a competitividade do agro brasileiro”, afirma Lacerda.
O programa integra o Agro Brasil + Sustentável, lançado em 2025, e faz parte de um ecossistema digital voltado à rastreabilidade, boas práticas ambientais e trabalhistas e sustentabilidade.
A adesão é gratuita e voluntária. Entre os benefícios, o governo destaca redução de custos, crédito facilitado, certificação de origem e fortalecimento da imagem do agro no exterior.