O Brasil deve realizar nos próximos dias seu primeiro lançamento comercial de um foguete a partir do território nacional. A operação está prevista para ocorrer entre 17 e 22 de dezembro, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, e envolve um veículo espacial desenvolvido pela empresa sul-coreana Innospace.
O lançamento marca a estreia do país como base para missões comerciais desse tipo, aquelas realizadas para colocar satélites e equipamentos de clientes em órbita, mediante contrato. Até agora, o centro maranhense havia sido usado principalmente para testes e operações institucionais.
O foguete, chamado HANBIT-Nano, será lançado sob coordenação da Força Aérea Brasileira, em parceria com a Agência Espacial Brasileira.
O que está previsto para os próximos dias
A primeira tentativa de lançamento está programada para 17 de dezembro, mas a operação conta com uma janela que se estende até o dia 22. Isso significa que a decolagem pode ocorrer em qualquer um desses dias, dependendo de avaliações técnicas e das condições meteorológicas.
A ampliação da janela foi definida para permitir verificações adicionais de segurança e ajustes finais antes da tentativa de lançamento. Esse tipo de margem é comum em operações espaciais e não indica, necessariamente, atraso ou falha no planejamento.
O que o foguete vai levar ao espaço
O HANBIT-Nano transportará pequenos satélites e experimentos desenvolvidos por instituições e empresas do Brasil e da Índia. As cargas serão colocadas em órbita baixa da Terra, a cerca de 300 quilômetros de altitude, faixa usada para missões de curta duração e testes tecnológicos.
Segundo as informações divulgadas, esta será a primeira missão comercial da empresa sul-coreana com esse modelo de foguete.
Por que Alcântara é usada para esse tipo de lançamento
Localizado próximo à Linha do Equador, o Centro de Lançamento de Alcântara oferece condições que facilitam o envio de cargas ao espaço, como menor consumo de combustível. Por isso, o local costuma ser citado como uma opção competitiva para lançamentos comerciais.
A operação atual faz parte de acordos firmados nos últimos anos para permitir que empresas estrangeiras utilizem a base maranhense em missões comerciais, sob coordenação das autoridades brasileiras.
Se o lançamento ocorrer dentro da janela prevista, Alcântara passará a integrar a lista de bases utilizadas para esse tipo de operação, em um mercado que vem crescendo com a expansão do uso de satélites para comunicação e coleta de dados.