Às vésperas da COP30, o Financial Times comparou as estratégias ambientais de Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro, dois presidentes que representam visões opostas da transição energética na América do Sul.
Segundo o jornal britânico, Lula aposta na exploração de petróleo para financiar programas sociais e investimentos verdes, enquanto Petro tenta romper de vez com os combustíveis fósseis, mesmo sob o risco de desacelerar a economia.
O FT destaca que o governo brasileiro autorizou a Petrobras a explorar petróleo na Margem Equatorial, próxima à foz do rio Amazonas, e cita Lula: “Enquanto o mundo precisar, o Brasil não vai abrir mão de uma riqueza que pode melhorar a vida do povo brasileiro.” A estratégia, diz o jornal, busca conciliar desenvolvimento econômico e liderança climática, uma equação difícil.
Na Colômbia, Petro adotou a via inversa e suspendeu novos contratos de exploração, elevou impostos sobre petroleiras e tenta transformar o país em uma “potência da vida”, baseada em turismo, agricultura e energias renováveis. O resultado, segundo o FT, foi uma fuga de investimentos e crescimento fraco, de 0,7% em 2023 e 1,6% em 2024, de acordo com o FMI.
Lula, por sua vez, quer fazer do Brasil o quarto maior produtor de petróleo do mundo até 2030, à frente de Iraque e Emirados Árabes. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse ao jornal que a matriz elétrica brasileira, 90% renovável, “já faz do país líder da transição energética global”.
A decisão, porém, dividiu a comunidade ambiental. O jornal destacou quem na opinião do Observatório do Clima, Lula enterrou sua liderança climática no fundo do mar, em referência à licença para perfuração concedida pelo Ibama na costa do Amapá.