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Brasil e Colômbia já analisam consequências da queda de Maduro

Em Brasília, diplomatas acham que já não é uma questão de “se”, mas de “quando” os Estados Unidos entram em ação e “como” planejam derrubar a ditadura venezuelana comandada por Nicolás Maduro.

Governos do Brasil e da Colômbia já começaram a analisar prováveis consequências, principalmente na migração para cidades de fronteira — do lado brasileiro, Paracaima, em Roraima.

Nesta quarta-feira (15/10), Donald Trump disse que autorizou ações encobertas da CIA na Venezuela e analisava ampliar as operações militares na região do Caribe, para ataques diretos em território venezuelano.

Trump foi ambíguo. Não deixou claro se a CIA, realmente, prepara operações secretas para derrubar a cleptocracia chefiada por Maduro ou se a agência recebeu da Casa Branca apenas a autorização específica e necessária para planejar iniciativas num cenário de confronto, o que incluiria incentivos à insurreição nas Forças Armadas da Venezuela.

Seja como for, é inegável a escalada do governo Trump para mudar o regime em Caracas. Estacionou no mar do Caribe, de frente para a costa venezuelana, uma força-tarefa naval, com apoio aéreo de bombardeiros projetados para ataques maciços, e pediu a Granada ajuda para construir base temporária para tropas e equipamentos.

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O pretexto é o narcotráfico pelo Atlântico, embora o mar do Caribe seja conhecido como rota secundária do contrabando de drogas para os Estados Unidos. O caminho mais usado é outro, o do Oceano Pacífico.

É difícil imaginar a mobilização de uma força-tarefa de combate naval, com mais de quatro mil fuzileiros, para liquidar lanchas usadas no transporte de drogas. Meia dúzia já foi abatida em alto-mar, com todos os tripulantes.

Por óbvio, o alvo central é a ditadura de Maduro, cuja cabeça está a prêmio pelo dobro do valor atribuído à de Osama Bin Laden, o arquiteto dos ataques da Al-Qaeda nos EUA no 11 de setembro de 2001. Para a Casa Branca, Maduro vivo ou morto vale 50 milhões de dólares, o equivalente a 270 milhões de reais.

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O que importa a Trump é a substituição da cleptocracia de Maduro por um governo suscetível às pressões de Washington, por exemplo, sobre um quarto da reserva mundial conhecida de petróleo e gás. Por acaso, essa jazida na bacia do rio Orinoco é próxima dos supercampos descobertos pela Exxon na costa da Guiana.

O domínio e a exploração americana do petróleo na Venezuela e na Guiana deixariam os EUA em posição inédita de influência sobre o mercado mundial. Outra parte relevante está no Oriente Médio, na área do golfo, onde Trump acaba de promover um acordo regional de paz com Israel.

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