Depois de sancionar o ministro Alexandre de Moraes, o governo de Donald Trump aplicou nesta segunda-feira, 22, a Lei Magnitsky contra a esposa do magistrado brasileiro, a advogada Viviane Barci. No comunicado sobre a sanção, o governo americano justificou a medida autoritária afirmando que “não existe Clyde sem Bonnie”, traçando uma comparação descabida entre os brasileiros e o casal de criminosos que inflamou os Estados Unidos na década de1930 — e virou tema de filmes e séries ao longo da história.
Ao contrário de Moraes e Viviane — que são alvos de medidas questionáveis pela discordância de Trump com o julgamento da tentativa de golpe de Estado — o casal americano acumula uma longa lista de crimes violentos. Bonnie Elisabeth Parker (1910-1934) e seu namorado, Clyde Chestnut Barrow (1909-1934), lideravam uma gangue responsável por diversos assaltos a bancos, lojas e postos de gasolinas entre 1931 e 1934. Segundo a imprensa da época, eles teriam sido responsáveis pela morte de pelo menos nove policiais e de diversos civis. Os crimes terminaram quando a polícia encurralou o grupo em um tiroteio em Louisiana, matando o casal.
A história de Bonnie e Clyde se transformaria em lenda ao longo dos anos. Livros, músicas, filmes e peças teatrais foram produzidos na tentativa de captar o fascínio que a vida e morte dos dois exercia sobre o púbico. Em 1958 foi lançado The Bonnie Parker Story, estrelado por Dorothy Provine. Em 1967 surgiu o mais famoso deles: Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas, de Arthur Penn, estrelado por Faye Dunaway e Warren Beatty. Já em 1992 foi a vez do telefilme Bonnie & Clyde: The True Story, com Dana Ashbrook e Tracey Needham. Décadas depois, em 2013, duas minisséries foram lançadas sobre o casal e, em 2019, o filme Estrada Sem Lei, da Netflix, narrou a captura da dupla. Fora das telas, Taylor Swift citou Bonnie e Clyde na canção Getaway Car, do álbum Reputation, e os criminosos famosos também já foram tema de musical da Broadway.
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