Jack Schlossberg, neto do presidente americano John F. Kennedy (mais conhecido pela sigla JFK, assassinado em 1963), lançou oficialmente sua campanha eleitoral a deputado nesta quarta-feira, 12, levando mais um nome de um dos mais famosos clãs dos Estados Unidos à política.
Afiliado ao Partido Democrata como a maior parte do resto da família (exceto Robert F. Kennedy Jr., um independente que compõe o governo de Donald Trump como secretário de Saúde), ele vai concorrer a um assento importante na Câmara por Nova York nas midterms do ano que vem, eleições plantadas bem no meio do mandato presidencial que colocarão em jogo o controle do Congresso, hoje na mão dos republicanos. A vaga será desocupada pelo democrata Jerry Nadler, que decidiu não concorrer à reeleição.
“Este distrito precisa de um representante que possa canalizar a criatividade, a energia e a determinação desta região e traduzi-las em poder político em Washington”, disse Schlossberg em um vídeo de campanha publicado nas redes sociais na noite de terça 11, antes de enviar um e-mail aos seus apoiadores lançando a campanha.
Schlossberg, 32 anos, construiu carreira como comentarista político e escritor, com trabalhos publicados em veículos como o jornal The Washington Post, o portal de notícias Politico e a revista Time. Nos últimos tempos, ele também conquistou centenas de milhares de seguidores nas redes sociais com postagens frequentes (e engraçadas) sobre questões nacionais, incluindo críticas a Robert F. Kennedy Jr., primo de sua mãe.
Em outubro, ele postou no Instagram uma foto de fantasia de Halloween que apelidou de “Homem MAHA”, satirizando o slogan do secretário de Saúde (Make America Healthy Again, que, claro, faz referência ao bordão “MAGA” de Trump). A fantasia incluía uma maquiagem imitando uma infecção por sarampo — alusão à postura anti-vacina de Robert Kennedy.
A disputa
No seu 17º mandato no Congresso e aos 78 anos, Jerry Nadler anunciou em setembro que não voltaria a concorrer no ano que vem, sugerindo em entrevista ao jornal americano The New York Times que um candidato mais jovem “talvez possa se sair melhor, talvez possa nos ajudar mais”.
O 12º distrito, onde Schlossberg pretende substituir Nadler, inclui o Upper West Side, o Upper East Side e a região central de Manhattan (áreas conhecidas por um dos metros quadrados mais caros do mundo, pela luxuosa Quinta Avenida e pelos prédios históricos com vista para o Central Park). Mas ele não é o único que pleiteia a vaga, e a briga nas primárias democratas deve ser boa.
Sua decisão de se candidatar ocorre em um momento em que os democratas tentam alinhar uma estratégia para recuperar o controle da Câmara nas eleições de meio de mandato de 2026, ganhando, assim, poder real para se opor à agenda do presidente Donald Trump.
“Nosso partido quer lidar com questões como custo de vida, corrupção e a crise constitucional em que nos encontramos”, disse Schlossberg em entrevista ao NYT. “Mas sem o controle do Congresso, não há quase nada que possamos fazer.”
A entrada de Schlossberg na política também veio em paralelo à ascensão meteórica de outro millennial nova-iorquino, Zohran Mamdani, de 34 anos, deputado estadual eleito prefeito da cidade de Nova York na semana passada.
“Se Zohran e eu temos algo em comum, é que ambos estamos tentando ser versões autênticas de nós mesmos, nos comunicar com os nova-iorquinos, estar presentes e nos dedicar às pessoas”, disse o neto de JFK ao NYT.