O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reforçou nesta quinta-feira, 17, seu apoio à candidatura do seu ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, ao Senado Federal por Pernambuco em 2026. Machado e o presidente estadual do PL, o ex-deputado Anderson Ferreira, se enfrentam em um embate interno para decidir quem ficará com o espaço.
“Nós queremos um Senado forte para equilibrar os poderes. Lá no Rio [de Janeiro] é a reeleição do Flávio [Bolsonaro] e a outra [vaga] não sei se o [governador] Claudio Castro vem como candidato. Um filho meu, o Carlos, vai para Santa Catarina, nas pesquisas lá, ele está em primeiro lugar. O Bruno Scheidt em Rondônia. Estamos acertando no Brasil todo. No que depender de mim, Gilson [Machado] em Pernambuco”, declarou o ex-presidente, que está inelegível, em entrevista coletiva.
Machado é o favorito de Bolsonaro, enquanto Ferreira, que está no partido desde 2008, é o nome natural na hierarquia da legenda, ligado ao presidente nacional, Valdemar Costa Neto.
Na segunda-feira, 14, repercutindo uma reportagem de VEJA durante uma entrevista a um jornal local, Anderson Ferreira (que foi autor do projeto de lei do Estatuto da Família), criticou Machado, chamando-o de egocêntrico, e disse que ele não pode tentar impor um projeto pessoal sobre o projeto do partido.
Em retaliação à crítica, Machado se disse injustiçado e passou a compartilhar nas redes sociais enquetes de blogs de notícias pernambucanos, questionando seus seguidores sobre “quem deve ser o senador da direita” no estado. Amigo dele, o advogado e ex-chefe da comunicação do governo Bolsonaro Fabio Wajngarten também criticou Ferreira nesta semana, defendendo que o PL o expulsasse da sigla.
Com a confiança de que herdará os números de Bolsonaro de qualquer jeito, Gilson Machado disse a VEJA que aceita até mesmo se filiar a outro partido e disputar o senado contra Ferreira. Ele afirmou que a decisão final será do ex-presidente.
A concepção da direção do PL de Pernambuco é de que a extrema-direita é capaz de eleger apenas um único senador no estado, com os 30% dos votos que costumam ficar com os bolsonaristas. A possibilidade de haver duas candidaturas à direita poderia favorecer os candidatos de centro-esquerda.
No estado, o PL também considera não lançar um candidato próprio ao governo e nem apoiar outro partido — o que torna a competição pela vaga ao Senado ainda mais relevante. Gilson Machado aparece nas pesquisas para o governo como terceiro colocado, ficando com 5% a 6% das intenções.