A festa da Bola de Ouro oferecida pela revista France Football na segunda 22, em Paris, contou com Ronaldinho Gaúcho, entregando o troféu ao atacante francês Ousmane Dembélé, de 28 anos, do PSG, time que ganhou a Champions League na temporada de 2024-2025. Alguns desses prêmios ficam na história, como o do brasileiro, vencedor em 2005, período em que só faltou fazer chover em Barcelona. Quem atuou ao seu lado ou contra relembra até hoje as exibições assombrosas do jogador no auge de sua forma. O habilidoso Dembélé mereceu a honraria, é verdade, mas está longe do patamar de craque incontestável de uma determinada era. A tendência é que se torne mais um nome na lista dos atletas que foram agraciados no passado, mas de que ninguém se lembra mais, ao lado de nomes como o do inglês Michael Owen. Para os brasileiros, fora as saudades das diabruras do Gaúcho nos campos, restou a frustração de não ter nenhum atleta nacional entre os maiorais do ano. Raphinha, do Barcelona e da seleção, foi quem chegou mais perto, ficando no quinto lugar da lista. No ano passado, Vinicius Jr., do Real Madrid, bateu na trave — na sequência, abocanhou o The Best, da Fifa, mas o negócio ficou com inevitável gosto de prêmio de consolação. Houve uma época em que a Bola de Ouro vivia de pé em pé canarinho, em tabelinha entre astros do nosso escrete. De Ronaldo para Rivaldo, de Rivaldo para Kaká. Mas isso foi nos tempos em que éramos reis dos gramados. Agora, só nos resta aplaudir Dembélé.
Publicado em VEJA de 25 de setembro de 2025, edição nº 2963