A tarde amena em São Paulo não intimidou os torcedores que vieram assistir Beatriz Haddad Maia nas quartas de final do SP Open. Mas o balde de água fria veio com a derrota da número 1 do Brasil e do torneio para a mexicana Renata Zarazua. Por 7(7)/6(5) e 6/3, a visitante eliminou a paulistana em uma tarde de ‘zebras’ e avançou à semifinal do WTA 250.
Antes de Bia entrar na quadra Maria Esther Bueno, a filipina Alexandra Eala, cabeça de chave número 3 do torneio, caiu diante de Janice Tjen em sets diretos. Em seguida foi a vez da segunda da competição, Solana Sierra, ficar pelo caminho, mas pelo menos para a outra cabeça de chave, número 6, Francesca Jones.
Na quadra 1 do complexo no Parque Villa-Lobos, a jovem de 19 anos, Rakotomanga jogou no mesmo horário que Bia e também venceu uma cabeça de chave, número 8, a húngara Panna Udvardy.
Bia tinha a missão de quebrar a sequência negativa para as melhores do ranking na competição, mas foi superada por uma mexicana de backhand potente, mas vale lembrar, a quinta cabeça de chave. Zarazua sofreu no início da partida, em uma atmosfera inflamada pelo apoio a dona da casa, porém se encontrou e teve muita consistência no restante do jogo.
Em um bom momento na carreira, Zarazua vem de uma segunda rodada no US Open, onde bateu na estreia Madison Keys, número 6 do ranking mundial. Na semifinal do SP Open, encara a francesa Rakotomanga, por uma vaga na final.
Como foi o jogo?
1º set
Bia começou sacando depois de ganhar o coin toss, venceu seu game e teve o break point logo no primeiro saque da adversária. Com boas subidas na rede, abriu 2 a 0. A torcida já cantava “olê olê olê olá bia bia”. A brasileira oscilou no saque, com duas duplas faltas, no terceiro game, que chegou a ter vantagem para Zarazua, mas Bia se recuperou com solidez no fundo de quadra e fez um bom primeiro saque para confirmar o 3 a 0.
Bia teve o break point no saque seguinte da mexicana e chegou em todas, porém cedeu pontos de bola na rede. O escape da mexicana foram paralelas, e confirmou com uma bola acelerada para dar início a sua recuperação no jogo.
Com uma dupla falta, uma devolução baixa de Zarazua e duas bolas para fora no fundo de quadra Bia tomou uma quebra. Na sequência, a mexicana contou com erros da brasileira para entrar de vez no jogo e empatar o set em 3 a 3. A semifinalista de Roland Garros se recuperou nos games seguintes: garantiu no seu saque e quebrou a adversária depois de um longo rali, que foram frequentes na tarde fria. Sacando para o set, porém, Bia voltou a tomar uma quebra e viu a adversária empatar no 5 a 5 e depois levar a disputa ao tie-break.
A brasileira teve o primeiro serviço, mas desperdiçou um smash e tomou o mini-break. Chegou a ficar 3 a 1 atrás, mas se recuperou, empatou e virou em 4 a 3, para lamentação da mexicana, que achou que a bola tinha ido fora. Depois de um longo rali, a mexicana empatou em 4 a 4, e assim foi até o 5 a 5, quando a mexicana sustentou mais do que Bia outra longa troca para fechar em 7 a 5.
2º set
A brasileira foi para o vestiário depois do primeiro set. Zarazua começou no saque confirmando sem dificuldades. Bia também confirmou, com ralis mais longos, e na sequência dificultou o serviço da adversária, subiu a rede com um voleio difícil, mas cedeu no golpe seguinte para a adversária fazer 2 a 1. A dona da casa fez bons primeiros saques para levar ao 2 a 2, e novamente pressionar o saque da adversária, mas perdeu um voleio e viu uma curta de Zarazua entrar e ganhar na vantagem no 3 a 2.
O game seguinte ganhou clima de copa: Bia abriu 40/30 e viu a mexicana subir a rede confiante, mas a brasileira devolveu com uma bonita passada na paralela. A torcida foi ao delírio, as arquibancadas da quadra Maria Esther Bueno tremeram com os torcedores batendo os pés no chão.
Infelizmente para quem acompanhava no frio do parque Villa-Lobos, aquele seria o último game da número 1 do país. Zarazua manteve a consistência, e Bia incentivava a si mesma junto à torcida, mas mesmo com um 40-15 no seu saque, sofreu a virada da adversária. Duas marcações da arbitragem foram questionadas pela torcida e depois pela mexicana. Não foi suficiente para colocar a brasileira de volta. O backhand potente, principal arma de Zarazua no jogo, foi o ponto final da trajetória de Bia Haddad Maia no SP Open.