De saída da presidência do STF, Luís Roberto Barroso revelou ter recebido convite de instituições de ensino superior americanas para passar uma temporada nos Estados Unidos, citando as universidades de Princeton, em Nova Jersey, e Johns Hopkins, em Maryland. Na segunda-feira, Edson Fachin toma posse à frente da Corte.
“Não estou pensando em deixar o Supremo prontamente, e muito menos eu penso em deixar o Brasil. Eu prefiro o Brasil, eu gosto mesmo do Brasil. Mas eu tinha mesmo o convite de mais de uma instituição dos Estados Unidos para passar uma temporada lá, e eu espero isso em algum lugar do futuro”, declarou Barroso em conversa com jornalistas.
Em retaliação ao avanço do julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe, e, depois, à condenação do ex-presidente a 27 anos e 3 meses de cadeia, o governo de Donald Trump impôs sanções previstas na Lei Magnitsky a Alexandre de Moraes e seus colegas mais próximos na Corte, entre eles, supostamente, Barroso – o que provoca, entre outras punições, a suspensão de seu visto americano.
“Quando veio a primeira sanção (a Moraes), a tarifa (sobre importações brasileiras), fiz uma nota dizendo que aquilo era produto de uma compreensão equivocada e que era injusto. Mas nunca me passou pela cabeça algo como a Magnitsky”, afirmou o presidente do STF. “Destoava do padrão anterior de aplicação da lei.”
Com os acenos positivos entre Lula e Trump, Barroso declarou ter a esperança de ver a situação da relação bilateral do Brasil com os Estados Unidos “desescalar em curto tempo” e que isso signifique a revogação de sanções a ministros do Supremo.