O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira, 9, que a autarquia só analisará a compra de ativos do Banco Master pelo BRB após as duas instituições definirem com precisão o “perímetro” dos ativos envolvidos na operação.
“O BC analisa a viabilidade da operação. Vê se o comprador tem um plano de negócios que no tempo consegue absorver a operação, ser sustentável. Essa é a análise que cabe ao BC. O que acontece é que os bancos anunciaram a intenção em março, e a partir daí está ocorrendo uma discussão para definir o perímetro da operação, o que um banco vai adquirir do outro”, explicou o presidente do BC durante audiência na Câmara dos Deputados.
Galípolo reforçou ainda que não é escopo do BC avaliar se a compra é um bom ou mau negócio para as instituições envolvidas, e sim cuidar da sustentabilidade do sistema financeiro. Ele informou que, nesta manhã, o BC recebeu novas atualizações sobre a discussão entre os dois bancos, mas que só após concluída a definição sobre a operação é que o BC passará a atuar.
No dia 17 de junho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a proposta de compra do Banco Master pelo BRB. A negociação, anunciada em março, envolve a compra de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Banco Master, o que equivale a 58,04% do capital social da instituição.
O Banco Master cresceu nos últimos anos com a oferta agressiva de CDBS (certificados de depósitos bancários) a investidores, com taxas de retorno mais elevada que a média do mercado. CDBs de até 250.000 reais possuem cobertura do FGC (Fundo de Garantidos de Crédito) caso a instituição emissora enfrente algum problema. A estratégia do Master ameaçou criar um risco para o sistema, já que as emissões do banco poderiam comprometer a solidez do FGC, que é formado por contribuições do setor financeiro.