Funcionários de alto escalão do Pentágono estão na Ucrânia para “discutir os esforços para pôr fim à guerra” com a Rússia, informou o Exército dos Estados Unidos nesta quinta-feira, 20. A equipe é liderada pelo secretário do Exército dos EUA, Dan Driscoll, e já participou de uma reunião com a primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko, nesta manhã. A movimentação ocorre em meio a rumores da elaboração de um plano por autoridades americanas e russas para o fim da guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
Na véspera, o secretário dos EUA e o ministro da Defesa ucraniano, Denys Shmyhal, participaram de um encontro. No X, antigo Twitter, Shmyhal afirmou que as discussões se concentraram “nos próximos passos para a implementação dos acordos de defesa históricos alcançados pelo presidente (Volodymyr) Zelensky e pelo presidente (Donald) Trump” — uma declaração na contramão das especulações. Espera-se que a equipe americana se reúna com o líder ucraniano ainda nesta quinta.
A proposta exigiria que a Ucrânia cedesse territórios que controla no leste do país e reduzisse pela metade o tamanho do seu Exército, coisas que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considera inaceitáveis. Outras condições incluem a limitação da assistência militar dos Estados Unidos e das categorias de armamentos utilizados pelas forças ucranianas. A informação foi divulgada pelo jornal Financial Times, pelo portal Axios e pela agência de notícias Reuters na quarta-feira, 19.
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‘Concessões difíceis’
O plano preliminar, que teria sido desenvolvido pelo enviado de Donald Trump, Steve Witkoff, e pelo conselheiro do Kremlin, Kirill Dmitriev, daria à Rússia um controle sem precedentes sobre a soberania militar e política da Ucrânia. Os dois homens formaram um importante canal de comunicação informal entre Moscou e Washington, e não está claro se o governo Trump apoia o plano formalmente.
Com 28 pontos, o plano parece ter sido inspirado por uma proposta semelhante elaborada pelo governo Trump para encerrar a guerra em Gaza. Washington tem sugerido repetidamente que um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia está próximo, mas as propostas fracassaram porque concederiam à Rússia a maioria de suas exigências, ao mesmo tempo que obrigariam Kiev a fazer concessões dolorosas.
Na noite de quarta-feira, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, pareceu responder às notícias sobre o plano, afirmando que uma paz duradoura exigiria que “ambos os lados concordassem com concessões difíceis, mas necessárias”.
“É por isso que estamos e continuaremos a desenvolver uma lista de ideias potenciais para pôr fim a esta guerra, com base nas contribuições de ambos os lados do conflito”, escreveu Rubio no X.