Em meio à busca de um ambiente político para uma conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o tarifaço do governo americano aos produtos brasileiros, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o diálogo depende da disposição de ambos e reconheceu que até agora o chefe da Casa Branca não demonstrou essa vontade.
O auxiliar do petista voltou a classificar o tarifaço, que pode entrar em vigor na próxima sexta-feira caso não se alcance um acordo, de “inaceitável e inacreditável”.
“Como é uma posição unilateral até aqui deles, estamos dispostos a conversar. Mas conversa precisa de dois interessados. Ninguém conversa sozinho. Só se conversa quando o outro está interessado em conversar. Ate aqui eles não tem dado demonstração firme de interesse em conversar. Até agora os canais estão fechados seja no mundo empresarial ou institucional”, explicou Costa em entrevista à rádio Serra Dourada.
A declaração vai na contramão do que foi dito mais cedo pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o governo americano tem dado sinais de abertura para discutir o tarifaço. “O Brasil nunca abandonou mesa de negociação. Eu acredito que, nesta semana, já há algum sinal de interesse em conversar. E há uma maior sensibilidade de algumas autoridades dos Estados Unidos de que, talvez, tenha se passado um pouquinho e, que, queiram conversar. Alguns empresários estão fazendo chegar ao nosso conhecimento de que estão encontrando maior abertura lá”.
Apesar de admitir as dificuldades de interlocução, o titular da Casa Civil pontuou que o governo está tranquilo e que medidas de proteção e que busquem fortalecer a relação comercial do Brasil com outras regiões estão sendo tomadas.
Destacou ainda que, se o tarifaço realmente for implementada, a lei da reciprocidade será utilizada.
“Eles também serão prejudicados. Esse tipo de guerra não ajuda ninguém. Prejudica a população americana, porque vai pagar mais caro, e prejudica a produção brasileira”, afirmou Costa.