Uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas após um ataque no cruzamento de Gush Etzion, na Cisjordânia, nesta terça-feira, 18. As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que dois palestinos aceleraram o veículo em que estavam contra pedestres no cruzamento. Um deles saiu, então, do carro e esfaqueou várias pessoas. Aharon Cohen, morador do assentamento de Kiryat Arba, faleceu em razão de um “grave ferimento por arma branca”, disse Elad Pas, paramédico do serviço de emergência de Israel, à emissora americana CC.
Além do homem de 65 anos, uma mulher ficou gravemente ferida e está em estado grave. Não há informação sobre as outras duas vítimas. Os dois “terroristas” foram “eliminados” por soldados das FDI no local do ataque, afirmou o Exército israelense em comunicado, acrescentando: “Diversos materiais explosivos foram encontrados no veículo usado pelos terroristas e estão sendo neutralizados por especialistas em desativação de bombas da Polícia de Fronteira de Israel”.
A Jihad Islâmica elogiou o atentado, definido como uma resposta aos crimes contínuos cometidos por gangues de colonos e pelo exército de ocupação contra o nosso povo”. Embora não tenha reivindicado autoria, o grupo palestino radical afirmou que o incidente reafirma “a determinação do nosso povo em confrontar as políticas de opressão e abuso por todos os meios disponíveis”. O Hamas também classificou o ataque como “um resultado inevitável” da “persistência de Israel em sua agressão contra nosso povo, nossa terra e nossos locais sagrados”.
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Violência contra palestinos
O esfaqueamento ocorre em meio à crescente violência contra palestinos na região. Na semana passada, colonos israelenses queimaram um armazém palestino em Beit Lid como parte de uma onda de ataques incendiários no país, incluindo à aldeia beduína de Deir Sharaf e terras agrícolas no norte. Além dos palestinos, ativistas israelenses e voluntários estrangeiros ajudavam os agricultores palestinos na colheita de azeitonas também foram agredidos.
Na vizinha de Burin, colonos atacaram os trabalhadores e um reservista das Forças de Defesa de Israel (FDI) que estava de folga e participava da safra. Sacos de azeitona também foram roubados. No sábado, 8, homens mascarado espancaram com porretes palestinos e paramédicos voluntários, além de um fotógrafo da agência de notícias Reuters e um consultor de segurança.
A violência desmedida também deixou vítimas fatais. Centenas de pessoas compareceram ao funeral de Aysam Mualla, de 13 anos, em Beita, nesta terça. Testemunhas afirmaram que ele inalou gás lacrimogêneo disparado pelas FDI enquanto moradores colhiam azeitonas nos arredores do assentamento de Evyatar, no mês passado. Ele entrou em coma e não resistiu.
Em comunicado sobre o episódio em Burin, as FDI afirmaram que enviou tropas ao local “para dispersar o confronto usando meios de dispersão de distúrbios e detiveram vários civis israelenses”. Os soldados, segundo a declaração, foram atacados por colonos nas proximidades, que também danificaram o veículo militar. Quatro suspeitos foram presos.
No X, antigo Twitter, o presidente de Israel, Isaac Herzog, definiu os incidentes na Cisjordânia como “chocantes e graves”, culpando “um punhado de indivíduos violentos e perigosos”. Ele também disse que “essa violência contra civis e contra soldados das Forças de Defesa de Israel ultrapassa um limite intransponível” e condenou “veementemente” os ataques. O coro foi reforçado pelo chefe do Comando Central das FDI, Avi Bluth, que alertou que os episódios “minam a estabilidade da situação de segurança”.